O escândalo que tomou conta na política nacional na última semana, após as acusações de corrupção envolvendo o dono da JBS, Joesley Batista, e o presidente Michel Temer, teve reflexos diretos e indiretos no mercado internacional de commodities. Na Bolsa de Chigado, enquanto as cotações do trigo e do milho subiram, a soja teve uma queda, provocada pela desvalorização do real frente ao dólar. “A soja baixou muito, e isso está relacionado com a forte queda da moeda do Brasil no mercado de câmbio”, disse Bill Nelson, da Doane Advisory.
Mesmo que a moeda estivesse se recuperando um pouco , na quinta-feira (18), o real caiu mais de 6%, após as acusações de corrupção contra o presidente Michel Temer. O Brasil é o grande competidor dos Estados Unidos no mercado mundial de soja. Com a desvalorização de sua moeda, exportar em dólares é um grande negócio para os produtores brasileiros. “Eles se esforçarão para vender sua colheita e fazer frente à competição com os Estados Unidos, e isso vai se refletir nos preços”, disse Nelson.
Para o milho, o avanço continua normal nos Estados Unidos, e o enfraquecimento do dólar diante de outras moedas torna a produção americana mais competitiva.
Esta semana, o dólar perdeu quase 2% em um painel de seis divisas. Essa baixa respondeu às idas e vindas dos problemas políticos do presidente americano, Donald Trump.
O trigo americano de inverno teve como apoio o temor de que fortes chuvas castigassem as plantações nas próximas semanas. A chuva excessiva pode baixar os rendimentos, declarou Nelson.
O bushel de milho (cerca de 25 quilos) para entrega em julho subiu a US$ 3,7250, contra US$ 3,7100 de sexta-feira passada (+0,40%).
O bushel de trigo para julho aumentou para US$ 4,3525, em relação aos US$ 4,3275 de uma semana atrás (+0,58%).
O bushel de soja para julho baixou para US$ 9,5300 contra US$ 9,6300 de sexta-feira passada (-1,04%).
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