Agricultura é a bola da vez. No País que enfrenta uma das piores recessões da sua história, o agronegócio é um oásis no deserto. Neste ano, o setor deve segurar metade do crescimento do PIB, mas isso ainda não é suficiente para que a atividade seja devidamente reconhecida pelo público urbano.
Na opinião do ex-ministro da Agricultura e professor da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, é cada vez mais perceptível que a sociedade urbana está assimilando o campo como vocação do país, mas ainda é sensação distante. “Eles reconhecem a importância do setor, mas não se incluem dentro dele”, explica.
Segundo Rodrigues, o Brasil está sem rumo. E o agronegócio é a melhor opção. “O setor precisa se transformar numa plataforma do país. “A China montou uma plataforma de desenvolvimento baseada na exportação. A Índia apostou em TI. A Coréia do Sul em educação. O Brasil precisa de uma plataforma nacional. E essa plataforma é o agronegócio”, diz.
Dados da OCDE mostram que para sustentar o mundo, a produção mundial de grãos precisa crescer 20% na próxima década. E 40% deste crescimento vão vir do Brasil. “O país tem um papel a cumprir neste cenário. Portanto, é preciso um projeto. Uma estrutura estratégica para conduzir esse processo de uma maneira consistente, de uma maneira que envolva toda a sociedade brasileira”.
Cooperativismo
Roberto Rodrigues foi um dos convidados do painel “Cooperativas: uma plataforma para o Brasil”, no 5º Foro de Agricultura de America del Sur. Além dele, participaram da discussão, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken; e Márcio Lopes de Freitas, da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).
Segundo Lopes, o cooperativismo é um modelo de sucesso, principalmente o desenvolvido pelas cooperativas agrícolas paranaenses. “Vocês constroem muito bem aqui no Paraná. Todos querem beber da água do cooperativismo paranaense”, diz.
As cooperativas, que atualmente respondem por mais de 50% da produção nacional, é uma força econômica. Atualmente, no país, são 1.500 cooperativas, 1 milhão de cooperados e 180 mil empregos diretos gerados. “O capital, o lucro da cooperativa não vai para Nova York, não vai para o capital especulativo. Ela alavanca o desenvolvimento regional. As decisões nas cooperativas não são solitárias. São compartilhadas. Cada produtor é um voto. Isso dá força e legitimidade para as decisões”, conta Lopes.
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