O milho avança mais que asoja em produtividade no Brasil. A explicação para os saltos anuais vem da eliminação gradual da baixa tecnologia.
Até poucos anos atrás, mesmo áreas rudimentares serviam para rotação de cultura com a soja e redução de problemas como ervas daninhas e doenças.
“Antes era produção de Jeca Tatu, com plantio fora de época e sem uso de semente [selecionada]. Quando se usava, não era híbrida”, pontua o pesquisador da Embrapa Soja Amélio Dall’Agnol. Os produtores começaram a usar mecanismos já adotados na oleaginosa como agricultura de precisão, sementes registradas, máquinas modernas.
E os centros de produção mais tecnificados continuaram avançando. A região de Guarapuava, no centro do Paraná, ultrapassa 12 mil quilos por hectare, equiparando-se ao Corn Belt dos Estados Unidos, referência mundial em produtividade.
“As tecnologias no milho avançaram muito rápido nos últimos dez anos. Isso gerou um crescimento exponencial. Hoje o produtor quer um ganho semelhante ao de outras culturas”, destaca Orley Jair Lopes, agrônomo e integrante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR).
A meta do Brasil é alcançar o resultado das lavouras norte-americanas, de 10 mil quilos por hectare. Para tanto, precisa dobrar seu desempenho. Isso já aconteceu na soja e não é impossível, mesmo que exija tempo e mais profissionalização, diz o gerente econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
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