Em Pará de Minas, na região Oeste de Minas Gerais, a Cooperativa de Granjeiros do Oeste de Minas Gerais (Cogran) adota um modelo inusitado.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Prepare-se para conhecer um modelo cooperativo completamente diferente do tradicional do Sul do Brasil, em que as cooperativas da avicultura são responsáveis pelo chamado ciclo completo: distribuição dos pintainhos, da ração e da compra de toda a produção.

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Em Pará de Minas, na região Oeste de Minas Gerais, a Cooperativa de Granjeiros do Oeste de Minas Gerais (Cogran) adota um modelo inusitado. Fundada em 1980, a cooperativa mineira permite que seus 70 cooperados comprem os pintainhos de quem quiserem. Também é possível vender os frangos engordados não apenas para a cooperativa, mas para outros frigoríficos também.

“A ideia da cooperativa nasceu no fim dos anos de 1970. Naquela época, existia um mercado muito forte de frango vivo para o Nordeste. Com a intenção de eliminar a figura do atravessador, um grupo de produtores resolveu se unir para coordenar essa venda”, conta o gerente de Unidade e Negócios da Cogran, Donizette Ferreira do Couto.

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Segundo Couto, desde o início, a condição da independência foi abordada. “Cada cooperado é dono integralmente do seu negócio. Ele aloja quantas aves quiser. Se ele quiser. Bem diferente do sistema cooperativista paranaense ou do sistema integrado. Não somos donos da produção. Nós fornecemos assistência técnica, apenas como sugestão, a ração e auxilio na aquisição de equipamentos para os aviários”, explica.

A Cogran abate 45 mil frangos por dia. No campo, no entanto, os associados mantêm 150 mil aves. “Compramos apenas um terço da produção. Se comprássemos tudo, correríamos o risco de ter o frigorifico sem produção”, explica o presidente da cooperativa, Antônio de Melo Silva. “Mas nós buscamos padronização e uniformidade nos animais abatidos na Cogran. Nós não damos bônus para bons produtores. Nós penalizamos aqueles que não se enquadram”, afirma.

O frigorífico foi criado em 1990, como uma necessidade de se adaptar ao principal mercado consumidor. “Nós trabalhamos com o frango inteiro e com cortes congelados e resfriados. Com o tempo, o Norte e o Nordeste deixaram de consumir apenas frango vivo. E resolvemos que era o momento de entrar neste mercado. Hoje somos uma marca consolida em pequenas, médias e grandes redes varejistas”, diz Melo e Silva.

Segundo o presidente, a planta atual não está interessada em exportação. “Nós próximos 90 dias, vamos passar a abater 60 mil aves por dia. A demanda está aquecida. Não temos estoque. Temos mais frangos vendidos do que podemos entregar”, revela. No entanto, apesar do cenário animador, o presidente diz que o frigorífico não dá lucro. “A Cogran tem um faturamento de R$ 15 milhões por ano. Mas a maior parte dos recursos vem das nossas fábricas de premix e armazéns”.

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