Na estrada desde o início de julho, a Expedição Avicultura 2017 já percorreu mais de 7 mil quilômetros por Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nos três estados, cooperativas e agroindústrias estão otimistas com a recuperação do setor. Esse otimismo foi reafirmado durante o lançamento da 4ª edição da Expedição Avicultura, nesta terça-feira (1º), na Casa do Criador, no Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, em Maringá.
Segundo o gerente do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo e coordenador da Expedição Avicultura, Giovani Ferreira, o setor sustenta um potencial de crescimento de 4,6% nas exportações e 1,55% na produção em 2017:
“O tema da edição deste ano ‘Renda e desenvolvimento no campo e na cidade’ demonstra a importância da cadeia avícola, que é indutora de desenvolvimento. No campo econômico, os números de produção e exportação falam por si. Na área social é um grande distribuidor de renda. O Brasil, segundo maior produtor e maior exportador mundial de frangos, produziu 12,9 milhões de toneladas no ano passado. São 15 milhões de frangos por dia, 4,8 milhões apenas no Paraná”.
Até a conclusão dos roteiros de campo, em agosto, a equipe ainda vai visitar outros três destaques em produção e exportação de carne de frango no país: São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Juntos, os seis estados respondem por 84% dos abates e 93% dos embarques nacionais da proteína, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2016. O objetivo do projeto é traçar um novo diagnóstico da cadeia da avicultura no país, destacando não só sua importância produtiva para o agronegócio, como também seu papel econômico e social, no campo e na cidade. “São 2 milhões de empregos diretos gerados pela avicultura brasileira”, mostra Ferreira.
O evento reuniu mais de 50 pessoas e foi palco de discussões de diferentes aspectos da cadeia produtiva, principalmente sobre o potencial de crescimento. Gerente nacional de avicultura da multinacional farmacêutica Boehringer Ingelheim, Emerson Ribeiro Godinho, nos últimos 12 meses, o alojamento de frangos de corte no país caiu 5,5% em comparação ao mesmo período anterior. No entanto, a produção deve crescer 3% a 5% nos próximos meses.
“Os números não foram tão positivos. No entanto, deveremos ter um segundo semestre mais positivo”, diz. Ainda segundo Godinho, as exportações continuam batendo recordes: “Atualmente, 34% do que é produzido pelo país é exportado e 66% são consumidos no mercado interno. No ano passado, o frango representou 7,4% de tudo que foi exportado”.
Tanto Giovani Ferreira quanto Emerson Godinho citaram o mercado de ovos. O país produziu 39,5 bilhões de unidades no ano passado. “O potencial de crescimento é enorme. O Brasil consome 190 unidades per capita ao ano, bem abaixo do México, que consome 350”, diz Godinho. “A Expedição Avicultura também está de olho neste mercado, que cada vez mais está agregando valor e entrando na pauta de exportações do país”, afirma o coordenador da Expedição Avicultura.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, a avicultura do Paraná sempre despontou em todos os sentidos: “Somos uma avicultura de primeiro mundo. É uma atividade que só traz orgulho para o agronegócio e que gera riquezas no campo e na cidade”.
Presidente da Integra, Paulo César Massaro Thibes, que também é empresário do setor, lembra do tempo que eram necessários 86 dias para o frango atingir 1,6 kg. Atualmente, são 42 dias para chegar a 3 kg. “Isso é resultado de ciência, tecnologia, nutrição, melhoramento genético. Tenho orgulho da nossa avicultura. Uma atividade desafiadora. Ao longo dos últimos anos tivemos várias situações difíceis, mas foi possível vencê-las com persistência, engajamento”, afirma Thibes. A Integra é uma empresa que reúne 14 frigoríficos e 6 incubatórios. Por dia, elas abatem 2,4 milhões de frangos e produzem 2,2 milhões de pintainhos.
Segurança
Diante de um mercado tão valioso não só para segurança alimentar, mas para economia do país, o diretor presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Afonso Kroetz, fez uma apresentação sobre a necessidade de preservar e investir em biossegurança.
Segundo Kroetz, atualmente, a região Sul do país concentra 75% da produção nacional. Se um estado no Nordeste tiver um foco de Influenza Aviária, por exemplo, todo o país teria a produção suspensa. “E a nossa capacidade de estocagem é de apenas três dias, se isso acontecer”, diz.
Como solução, ele aposta na regionalização e na blindagem da sanidade na região Sul. “Isso garantiria o abastecimento do mercado interno e continuidade das exportações”, afirma. “Mas para isso, precisamos estar preparados e responder com agilidade e eficiência”, acrescenta.
Agronegócio
O gerente geral do Banco do Brasil em Astorga, Luiz Carlos do Prado, agronegócio só enche país de orgulho. “Somos 22% do PIB e respondemos por 46% das exportações. E o Banco do Brasil é um parceiro deste setor e da avicultura, seja produtor pequeno, médio ou grande”, diz.
A presidente da Sociedade Rural de Maringá, Maria Iraclézia, também ressaltou a importância do agronegócio. “É o Brasil que acontece, que produz. Somos aqueles que continuamos acreditando e trabalhando, independente das notícias ruins”, afirma.
Sobre a Expedição
Em sua quarta edição, a Expedição Avicultura 2017 faz um novo diagnóstico técnico-jornalístico da cadeia produtiva do frango no Brasil com visitas às principais regiões produtoras e exportadoras da proteína no país. Além dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, contemplados nas edições anteriores, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, passam a fazer parte do roteiro.
O projeto é uma iniciativa do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo e conta com o apoio da Boehringer Ingelheim, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Banco do Brasil, C. Vale Cooperativa Agroindustrial, Integra Foods, Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) e Renault.