No ano passado, fotos de uma ave gigante no colo de uma criança causaram alvoroço nas redes sociais. Seria verdade ou apenas mais um boato criado na internet? De fazer inveja ao canarinho Pistola – mascote da seleção brasileira – o galo realmente existia e se chamava Voodoo.
Com 126 centímetros de cumprimento e oito quilos, o animal, que morreu em setembro do ano passado, vivia em Jaguariúna, no interior de São Paulo, e pertencia aos irmãos Haroldo e Diogo Poliselli, donos do criatório Diamante, especializado em Galo Índio Gigante, uma raça genuinamente brasileira, resultado do cruzamento de raças caipiras.
De acordo com Diogo Poliselli, tudo começou com o pai, que adquiriu 100 fêmeas há quatro anos. “Virou uma paixão. Pesquisamos, estudamos, fomos atrás das melhores genéticas e matrizes disponíveis. Investimos pesado. Nosso foco era ter o melhor animal”, conta. E deu certo!
No primeiro ano, em 2015, os irmãos bateram o primeiro recorde mundial. O galo Pagé atingiu 1,18 m. No ano seguinte, o filho dele, Canário, chegou a 1,24 m. E no ano passado, Voodoo, que é sobrinho de Canário e neto de Pagé, foi até 1,26 m. Três marcas históricas consecutivas. “Sempre nos preocupamos com a rastreabilidade e o controle de produção. Saber quem são os pais, acompanhar mensalmente o crescimento, traçar as linhagens mais precoces ou tardias, e com isso, fazer os melhores cruzamentos”, revela Diogo.
Embora tenha um elenco famoso, a empresa vive da venda de animais e ovos. Inclusive, todas as propostas pelas aves recordistas foram declinadas. “Ofereceram R$ 100 mil no Voodoo e nós recusamos”, diz. “Mas vendemos irmãos e primos dele e de outras aves. É um mercado muito aquecido, movimentado o ano inteiro”. No criatório Diamante, atualmente, vivem cerca de 20 matrizes e 4 machos. “Para venda, temos entre 30 e 40 machos e 60 fêmeas. Já vendemos para diferentes estados brasileiros”.
Além do varejo, a empresa também promove leilões. No ano passado, o criatório arrecadou R$ 365 mil em 30 lotes. O animal mais valioso, que media 1,21 m, foi arrematado por R$ 68 mil. “Vamos realizar um leilão em setembro. Será o nosso quarto. Estamos ansiosos”. Questionado sobre o recorde, Diogo diz que há aves com potencial para quebrar a marca de Voodoo.
Galo gigante
Segundo a Associação Brasileira dos Criadores do Índio Gigante (Abracig), que tem 50 associados em todo o País, o objetivo de quem adquire o animal pode ser ornamental ou econômico, buscando melhorar o plantel a partir de cruzamentos. Dependendo do tamanho, um galo comercial da raça pode custar entre R$ 1 mil a R$ 4 mil, mas há alguns que atingiram preços de R$ 70 mil. Compradores de países como França, Estados Unidos e Arábia Saudita já procuraram os animais, mas os trâmites para exportação ainda não estão finalizados.
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