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Incidência da praga aumentou este ano no estado, com focos em todas as regiões mato-grossenses. Controle exige aplicação de agrotóxico, o que deve elevar ainda mais os custos da safra. |
Incidência da praga aumentou este ano no estado, com focos em todas as regiões mato-grossenses. Controle exige aplicação de agrotóxico, o que deve elevar ainda mais os custos da safra.| Foto:

O clima seco tem impacto ampliado por ataques da lagarta Helicoverpa zea na Bahia, o estado mais afetado pela praga. As perdas atribuídas ao inseto passam de 30% nas áreas que enfrentaram veranicos – o clima de deserto dificulta a aplicação de inseticida. A volta das chuvas, prevista para quinta-feira desta semana, tende a atenuar a situação somente das lavouras mais atrasadas. E a batalha contra o inseto é dada como perdida, devido aos prejuízos já causados e ao aumento nos custos com aplicações semanais de defensivos.

O grupo que se mobilizou para acionar o Ministério da Agricultura e a Presidência da República e liberar em tempo recorde inseticidas para combate à lagarta nas lavouras de soja e algodão explica que o fenômeno não tem precedentes. Característica das lavouras de milho, a Helicoverpa zea tomou conta da região com a expansão do cereal resistente a lagartas que eram suas predadoras naturais, aponta Celito Eduardo Breda, consultor da Círculo Verde e diretor da Associação Baiana dos Produtores de Algodão.

O agravante é que a lagarta sobrevive a aplicações dos inseticidas registrados para soja e algodão, principalmente depois de entrar na fase de crescimento. Ataca folhas, entra em vagens e maçãs e consome grãos. E não há garantia de que os inseticidas de emergência tenham efeito para esta safra. Os técnicos afirmam que será necessário um plano de combate preventivo envolvendo manejo integrado de diversas culturas. Nas discussões, vem sendo aventado inclusive um vazio sanitário semelhante ao da ferrugem asiática, que suspende o cultivo da soja entre junho e setembro/outubro, dependendo do estado produtor.

Um dos fatores que permitiram a rápida expansão da nova lagarta na Bahia é a falta de monitoramento das lavouras, apontam os técnicos. Apesar de contarem com assistência de agrônomos e técnicos, as fazendas mantém dois terços das lavouras sem acompanhamento semanal, o que deve se tornar indispensável a partir de 2013/14, de acordo com o agrônomo Adriano Lupinacci, um dos diretores da Associação dos Agrônomos de Barreiras. Ele argumenta que não faltam cursos de graduação nem profissionais formados, “mas os produtores preferem reduzir custos”.

Agentes sanitários da Bahia e do Ministério da Agricultura providenciam o registro de três inseticidas contra a Helicoverpa para aplicação em soja e algodão. O único formulado com esse fim tem registro apenas para o milho, relatam. Os estoques de inseticidas indicados para outras pragas se esgotaram na região devido aos ataques da lagarta. Os prejuízos são estimados em R$ 1 bilhão na Bahia e em R$ 2 bilhões no país.

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