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O tempo seco dificulta a formação de nuvens e adia a chegada de chuvas consistentes às regiões agrícolas de Mato Grosso do Sul ao Rio Grande do Sul. Essa explicação dos meteorologistas espalha tensão entre os agricultores do circuito Sul de produção de grãos. As pancadas de chuva registradas nos últimos dias são insuficientes para tranquilizar de vez quem tem a maior parte das plantações em fase de florescimento e frutificação.

Entre as lavouras mais afetadas estão as da região central de Santa Catarina, que mais produz grãos no estado. Em Campos Novos, a produtividade da soja corre o risco de ficar na marca de 2012, um ano de seca, afirma o agrônomo da Coopercampos Marcelo Capelari. “Dos 49 mil hectares de soja que acompanhamos, perto de 1,5 mil tiveram de ser replantados”, estimou. Se o clima continuar desfavorável, não será possível alcançar os 3 mil quilos por hectare previstos.

A oeste do estado, a situação é bem melhor, com áreas prometendo 3,3 mil quilos por hectare de soja. “A expectativa até que as chuvas ficassem escassas eram boas. Agora temos que esperar um pouco”, disse o agrônomo Edenilson Camillo, gerente da cooperativa Lar em Xanxerê. “A demanda por água é maior nesta época”, frisou o agrônomo Júlio Cezar Pias Silva, gerente da cooperativa C. Vale em Abelardo Luz. Em novembro, quando também ocorreram duas a três semanas secas, as plantas eram pequenas e consumiam menos água.

No Rio Grande do Sul, essa variação também ocorre. Entre a região de Cruz Alta, a oeste, e a de Erechim, mais ao orte, a diferença das previsões é de 50 para 55 sacas de soja por hectare, disseram produtores e técnicos. A situação é pior para as lavouras semeadas até meados de outubro, que estão mais adiantadas e dependem mais de umidade. Se a chuva não chegar, a colheita vai começar com índices abaixo da média.

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