Jovem paranaense, Ramon Dijkstra, comanda colheita em 820 hectares plantados com soja ao Sul de Tocantins| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta Do Povo

Seca prolongada e chuvas acima da média. Para os produtores de Tocantins, o clima da safra 2013/14 foi diferente de todos os outros anos, constatou a Expedição Safra Gazeta do Povo. No extremo Sul do estado, foi o excesso de umidade que roubou lavouras parte do potencial produtivo verificado durante o desenvolvimento das plantações de soja. Já na região Central, faltou água no início do ciclo, comprometendo os rendimentos da oleaginosa. Os índices médios de produtividade, no entanto, seguem acima da média nacional e a expectativa é de novo avanço no volume da produção estadual.

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A colheita corre em ritmo normal em relação ao ano passado. Até o momento, entre 35% e 45% da área cultivada com soja foram colhidos na região de Gurupi, Cariri e Porto Nacional. Mais ao Norte, na região de Guaraí, os trabalhos de retirada do grão caminham para o terço final e a tendência é que sejam finalizados nas próximas duas semanas.

Os rendimentos estão acima de 52 sacas por hectare (3,1 mil kg/ha), contra uma expectativa que ia de 55 sacas (3,3 mil kg)a 58 sacas(3,4 mil kg) por hectare. A valorização da soja no último ano, contudo, promete compensar a queda nas médias dos rendimentos. Hoje, a saca de 60 quilos de soja vale em torno de R$ 58. Nesta época do ano passado, o produto era negociado a menos de R$ 50.

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“O meu custo vou cobrir com cerca de 50% da produção. O restante, vamos aguardar mais um pouco pra vender”, diz,  despreocupado, Ramon Dijkstra, que cultiva 820 hectares de soja em Cariri (extremo Sul de Tocantins). O jovem paranaense, nascido em Ponta Grossa (Campos Gerais), procura traçar a estratégia de comercialização a partir das informações que vêm dos Estados Unidos.

De acordo com os produtores do extremo Sul, as chuvas acumuladas chegaram a ser até 300 milímetros acima da média para o mês de dezembro. Normalmente, o volume no mês é de 700 milímetros ao Sul do estado. “Com céu nebuloso e umidade excessiva, as plantas ficam sem energia e o enchimento de grãos é comprometido”, explica Mário Bittencourt, agrônomo da Caixa Econômica Federal, que acompanha a equipe.

Na região de Guaraí, por outro lado, houve período de 18 dias seca em novembro e mais 10 dias no mês seguinte, o que acabou ferindo o potencial das lavouras.

A Expedição Safra Gazeta do Povo segue viagem pela região que é considerada a nova fronteira agrícola do Brasil, conhecida por MaToPiBa e formada pelos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, até o início da próxima semana.

 

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