| Foto: Igor Castanho/Gazeta do Povo

A segunda edição do Seminário Expedição Safra 10 Anos foi realizado nesta terça-feira (01), em Cruz Alta, no Noroeste gaúcho. Cerca de 60 pessoas assistiram as palestras técnicas e de mercado, promovidas na unidade da cooperativa C.Vale no município.

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O coordenador da Expedição Safra Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, lembrou que na última década o agronegócio tem sustentado a balança comercial do país, mesmo em anos de déficit, como 2014. Para isso, pesou a favor o salto de 75% na produção nacional em dez anos, permitindo ao país dobrar a oferta de grãos. “Dos 100 milhões de toneladas que crescemos neste período, 80 milhões foram nos últimos sete anos”, frisou.

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Para os próximos anos a expansão ainda está prevista, mas em um ritmo mais sustentável. “Vamos continuar crescendo, mas a taxas mais adequadas”, apontou Ferreira. Neste ano a Expedição Safra projeta uma oferta 4,4% maior de soja, chegando a 99,8 milhões de toneladas. Deste total cerca de 15 milhões de tonelada serão oriundas do Rio Grande do Sul. No milho a perspectiva é de retração de 7,5%, chegando a 29,6 milhões de toneladas.

Pesa nesse contexto os avanços logísticos consolidados no país, que deram vazão a um salto nas exportações, destacou Ferreira. Nesse contexto, o gerente regional Seara, Gustavo Trentini, explicou como a empresa tem feito a operação logística para o escoamento da produção gaúcha em direção ao porto de Rio Grande.

O analista de mercado, da consultoria FC Stone, Eduardo Sanchez, lembrou que os Estados Unidos possuem 12,2 milhões de toneladas de soja no estoque de passagem. Além disso, o Departamento de Agricultura do país, o Usda, prevê uma safra de 100 milhões de toneladas no Brasil e 68 milhões de toneladas na Argentina. “Tem muita soja no mundo, então a situação de oferta é confortável, mesmo que haja um corte nas previsões para o Brasil”, disse.

Assim, o fator cambial e as expectativas quanto à ocorrência do fenômeno climático La Niña sobre a safra norte-americana tendem a balizar os preços internacionais. “O único fator forte que pode trazer mais volatilidade para os preços na Bolsa de Chicago é a safra dos Estados Unidos”, pontuou.

Em âmbito regional, ele lembrou que o principal risco para a safra gaúcha é a ameaça de chuva na colheita. “O que preocupa é o excesso de umidade, pois o estado não tem capacidade para secar toda essa produção de grãos”, alertou. Com cerca de 40% da safra já comercializada, boa parte das entregas da produção está previsto para março, justamente quando a colheita ganha fôlego no Rio Grande do Sul. “A exportação vai levar a produção, então haverá disputa na indústria doméstica”, explicou.

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