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Expedição Safra

Centro-Oeste espera safra cheia para se recuperar do tombo

O fantasma das perdas trouxe cautela na maioria das propriedades para o ciclo 2016/17, mas não tirou o otimismo dos produtores do Centro-Oeste. | Felipe Rosa/TRIBUNA DO PARANA
O fantasma das perdas trouxe cautela na maioria das propriedades para o ciclo 2016/17, mas não tirou o otimismo dos produtores do Centro-Oeste. (Foto: Felipe Rosa/TRIBUNA DO PARANA)

Os produtores rurais do Centro-Oeste brasileiro ainda juntam os cacos da quebra de mais de 30% na última safra na região. O fantasma das perdas trouxe cautela na maioria das propriedades para o ciclo 2016/17. Investimentos com o pé no chão, discurso de que é bom manter a atenção até o fim e olho vivo no mercado para vender bem a produção são coisas que não saem do radar dos produtores dos três estados. Mesmo assim, em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, por onde a Expedição Safra esteve nas últimas duas semanas, os produtores estão esperançosos sobre o potencial produtivo do ciclo 2016/17.

No Mato Grosso do Sul, a quebra da última safrinha de milho deixou os produtores mais cautelosos em relação aos investimentos – e isso em um ano em que o custo de produção aumentou cerca de 35% no estado. Mas essas não são razões suficientes para tirar o otimismo das previsões. De Itaquiraí até São Gabriel do Oeste, os produtores estão acreditando que o fator clima deverá ajudar nesse ano. “O clima até agora tem ajudado, não está sobrando chuva, mas até agora não faltou. Claro que esse é um aspecto que está fora do nosso controle e precisamos esperar”, analisa Yoshihiro Hakamada, vice-presidente da Copasul, em Naviraí.

No Mato Grosso – maior produtor de soja do Brasil –, a grande extensão do estado faz com que o clima seja bastante diversificado. Se no Noroeste mato-grossense a chuva veio antes e permitiu se plantar soja no período mais cedo da história, na faixa Oeste a água demorou mais para cair e agora deixa a segunda safra em suspense. Em Rondonópolis, mais ao Sul, quem fez apenas uma boa adubação no solo já está acima do investimento médio da região. Mas em Sorriso (Noroeste), com chuva antecipada, a alta tecnologia seguiu como grande trunfo da capital nacional da soja. “Estamos investindo na agricultura de precisão, que tem nos trazido bons resultados ano após ano”, diz Clayton Sheiki Tessaro, um dos donos do grupo familiar Santa Ernestina – de 2 mil hectares.

Os produtores goianos também esperam uma boa safra em 2016/17 para compensar as perdas da safrinha. Na região de Itumbiara, a Expedição Safra encontrou diversos agricultores que sequer colheram o milho segunda safra no início de 2016. O produtor Natal de Moura, que cultiva 410 hectares na região, é um deles. Ele conta que só não levou prejuízo maior porque o seguro contratado por ele cobriu parte do prejuízo. “Eu tive que desembolsar quase R$ 100 mil para custear o prejuízo. Eu espero que esse ano seja melhor e que compense os resultados ruins que tivemos na última safra”, diz o produtor.

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