Na última semana, o Mato Grosso do Sul, quinto colocado na produção nacional de soja, começou oficialmente a colheita. Mas apenas nove cidades iniciaram os trabalhos, que devem ganhar ritmo nas próximas semanas. Por enquanto, o clima é de apreensão entre os produtores, principalmente por causa do tempo. Além das chuvas recentes, que não dão trégua há mais de uma semana, o agricultores ainda não sabem medir o impacto da estiagem prolongada, que durou 25 dias, ao longo do desenvolvimento da planta.
Segundo o proprietário da Terra Nostra Sementes e Fertilizantes, Cláudio Martelli, aproximadamente 25% dos 60 mil hectares de soja plantados em Bandeirantes foram afetados pela estiagem. “Para este ano a expectativa é melhor, mas ainda não há quase nada colhido. Ainda não se sabe o resultado das áreas prejudicadas pela estiagem, mas as áreas que plantaram em um período melhor devem superar em muito o rendimento do ano passado”, afirma. A produtividade média para o ciclo atual na região é estimada em 54 sacas (sc) por hectares (ha), quatro sacas a mais que na safra passada.
Mas ainda há pouco para ver. No fim de semana, o produtor Carlos Antônio Brauner estava com quatro colheitadeiras prontas para entrar em ação, quando foi frustrado pelas chuvas. Ele seria o primeiro produtor da região a colher. “Choveu 100 milímetros ontem e a umidade do grão está muito alta para podermos colher”, lamenta. Ao todo, o agricultor plantou 3,3 mil hectares de soja nesta safra, e espera colher em torno de 60 sc/ha, 10 sc/ha acima do que registrou no ano passado e superando os custos, que, estima, estejam por volta das 45 sc/ha.
Mesmo com o clima não ajudando, os produtores estão otimistas. Tanto Martelli quanto Brauner concordam que a safra 2016/2017 será melhor que o ciclo passado. “Nós tivemos um plantio muito bom e não há como não termos uma safra boa. É claro que depende do clima, no entanto, a expectativa está elevada”, diz.
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