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Comedoras de lagartas, emas ajudam no equilíbrio ambiental das plantações

Maior ave da América do Sul, a ema pode medir até 1,70 metro e pesar entre 30 e 40 quilos. | Arquivo/Gazeta do Povo
Maior ave da América do Sul, a ema pode medir até 1,70 metro e pesar entre 30 e 40 quilos. (Foto: Arquivo/Gazeta do Povo)

Nas lavouras do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Goiás, 4 dos 5 maiores estados produtores de grãos do Brasil, não é apenas a soja que chama atenção. Além da oleaginosa, aves corpulentas, sozinhas ou grupos, roubam a cena. A Rhea americana, popularmente conhecida como Ema, compõe a paisagem nas grandes planícies do País.

Maior ave da América do Sul, a ema pode medir até 1,70 metro e pesar entre 30 e 40 quilos. Onívoro, o animal come folhas, frutos e sementes, além de insetos e pequenos invertebrados. É aqui que entra a soja. As aves se alimentam tanto da semente, quanto do grão, mas não geram grandes prejuízos, segundo os produtores. “É uma ave inofensiva. Mesmo em grupos grandes, não geram qualquer perdas na lavoura. Não tem como comparar com javalis, por exemplo, que destroem uma lavoura de milho”, diz o produtor e engenheiro agrônomo Irivelton Becker, que mora em Nova Mutum, no Mato Grosso.

Aliás, diferentemente do javali, abater emas sem autorização é proibido e passível de multa. E se alguém resolver tentar, não vai ser fácil. A ave consegue atravessar rios a nado quando perseguida e alcança 60 km/h em zigue-zague. No caso do javali, uma portaria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autoriza o abate, mas com restrições.

Segundo o zootecnista Fábio M. Hosken, proprietário da Zoo Assessoria, a ema é um símbolo ecológico das lavouras. “Lavoura sadia é lavoura com ema”, afirma. “Elas não causam danos agrícolas, ao contrário, ajudam até no controle de pragas, se alimentando de insetos e lagartas. Não transmitem doenças”, complementa. Os machos adultos geralmente são solitários. As fêmeas e machos jovens formam grupos pequenos.

De acordo com Hosken, a ave ainda é pouco aproveitada no Brasil. “No Uruguai, Argentina, a plumagem é utilizada para fantasias e o couro é usado na indústria de roupas. Há inclusive abate para alimentação”, conta. O país está engatinhando ainda, mas tem potencial, já que possui o maior “rebanho” do mundo. “É uma ave comum nas planícies brasileiras, especialmente no Cerrado, no Norte da Argentina, no Uruguai, Paraguai e Bolívia. Elas não vivem em florestas”, explica.

Goiás tem a maior população de emas no Brasil. Inclusive, no estado, existe o Parque Nacional das Emas, na Serra dos Caiapós. O Paraná não tem grande incidência do animal.

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