Apesar das adversidades climáticas, a soja e o milho cultivados na região estão em boas condições. Pelo menos por enquanto.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Entre uma estiagem severa no Rio Grande do Sul e chuvas que não param no Paraná, a safra no Sul do Brasil entra numa fase decisiva. Apesar das adversidades climáticas, a soja e o milho cultivados na região estão em boas condições. Pelo menos por enquanto.

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Números da safra do Sul

Soja

Paraná

Área: 5,46 mi (ha) (+4%)

Produção: 19,29 mi (t) (-3%)

Produtividade: 3.534 kg/ha (-6%)

Santa Catarina

Área: 0,7 mi (ha) (+7%)

Produção: 2,53 mi (t) (+5,4%)

Produtividade: 3.583 kg/ha (-1,47%)

Rio Grande do Sul

Área: 5,7 mi (ha) (+4,2%)

Produção: 16,82 mi (t) (-0,82%)

Produtividade: 2.950 kg/ha (-4,84%)

Milho Verão

Paraná

Área: 0,34 mi (ha) (-35%)

Produção: 3,01 mi (t) (-39%)

Produtividade: 8.976 kg/ha (-6%)

Santa Catarina

Área: 0,5 mi (ha) (-6%)

Produção: 2,6 mi (t) (-16%)

Produtividade: 5.200 kg/ha (-11,1%)

Rio Grande do Sul

Área: 0,73 mi (ha) (-12%)

Produção: 4,6 mi (t) (-23%)

Produtividade: 6.300 kg/ha (-12,5%)

No Paraná, por exemplo, cuja colheita do ciclo de verão ganha força na segunda quinzena de fevereiro (simultaneamente com o plantio da safrinha), o grande volume de chuva tem beneficiado as lavouras, mesmo com a dificuldade em se fazer os tratos culturais e a eventual ocorrência de doenças, sobretudo as fúngicas. “É claro que a chuva em excesso pode gerar incômodos, mas nesse primeiro momento é muito difícil cravar qualquer coisa, até porque as plantas estão em floração e frutificação [90% no caso da soja e 80% no do milho], que são fases de desenvolvimento em que as chuvas são benéficas. A chuva pode eventualmente prejudicar o trato cultural, trazer doenças, mas agora é difícil cravar”, afirma Edmar Gervásio, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da secretaria estadual de agricultura.

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Em Santa Catarina, a soja não enfrenta problemas: é o milho que desperta preocupações. Com consumo do cereal estimado em 6 milhões de toneladas, impulsionado pela indústria de carnes, o estado consegue produzir, geralmente, apenas metade do que necessita, mas nesta safra nem isso.

O estado espera uma redução de 16% na produção, com menos área e produtividade menor, devido às chuvas esparsas em setembro, no início do plantio, e no início de dezembro. “Em setembro ficamos de 15 a 20 dias sem chuva, o que prejudicou quem plantou cedo no extremo Oeste do estado. Eles estão colhendo agora e a produtividade vai baixar em até 20%”, explica o engº agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Haroldo Tavares Elias. “Na região de Campos Novos, houve também 15 dias sem chuva em dezembro, pegou a fase de floração em algumas áreas. Ali, devemos ter 5% de quebra.”

Já no Rio Grande do Sul, que planta milho mais cedo que os vizinhos, pouco mais de 10% das lavouras já foram colhidos e, segundo a Emater local, estão com bom desempenho, mesmo com a seca prolongada que vem desde o começo do mês em algumas regiões. “De forma geral, dentro do modelo do estado, não existe exceções, está tudo dentro da média”, salienta o assistente técnico em Culturas da entidade, Alencar Paulo Rugeri.

Ele destaca que, tanto para soja, quanto para o milho, as lavouras começam a entrar em fase crítica com relação ao déficit hídrico, ainda que, nos polos produtivos gaúchos, as condições climáticas não sejam desfavoráveis. “Temos que aguardar mais para ver como a balança anda daqui pra frente. Nessa semana, tem previsão de chuva. Até tivemos algumas, mas não de forma generalizada”, frisa.

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Nesta quinta-feira (18), acompanhe o andamento da safra no Matopiba.