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Expedição Safra

Novas variedades de sementes fazem gaúchos plantar soja cada vez mais cedo

Em Santa Bárbara do Sul (RS), o produtor Dari Augusto Baiotto, com os filhos Fabiano e Adriano, correm para terminar de plantar 470 hectares de soja. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Em Santa Bárbara do Sul (RS), o produtor Dari Augusto Baiotto, com os filhos Fabiano e Adriano, correm para terminar de plantar 470 hectares de soja. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

O plantio de soja está autorizado há 20 dias no Rio Grande Sul, terceiro maior produtor brasileiro da oleaginosa. No dia 26 de outubro, o Emater divulgou uma estimativa de que 3% dos 5,8 milhões de hectares previstos para a safra 2018/19 de soja no estado tinham sido semeados.

Esse percentual, no entanto, deve rapidamente chegar aos dois dígitos. As plantadeiras avançam com velocidade nas lavouras gaúchas, principalmente com a janela de sol aberta no último fim de semana, que permitiu que produtores continuassem a colheita do trigo e abrissem área para a cultura de verão. Tradicionalmente plantada em novembro, a semeadura da oleaginosa vem sendo antecipada ano após ano, com bons resultados para o produtor.

Segundo o diretor técnico da Aprosoja Brasil, Nédio Argenton Giordani, o bom desempenho de novas cultivares precoces está permitindo a mudança. “Novas variedades de sementes adaptadas estão sendo usadas pelos produtores, com bons resultados de produtividade. Não é preciso mais esperar até novembro”, conta. Segundo Giorgani, a semeadura mais cedo permite que o produtor economize, principalmente na aplicação de fungicida. “Quando ocorrer a pressão da ferrugem lá na frente, normalmente em janeiro, a soja vai estar mais adiantada. E o produtor também não corre o risco de ficar exposto ao calor em março”, explica. O diretor da Aprosoja também cita a colheita precoce das culturas de inverno como outro fator.

Na região de Cruz Alta, uma das mais produtivas do estado, no Noroeste gaúcho, 30% da área de soja foi semeada até segunda-feira (29), principalmente em grandes propriedades. Em Santa Bárbara do Sul, cidade vizinha, o produtor Dari Augusto Baiotto, com os filhos Fabiano e Adriano, corriam para terminar de plantar 470 hectares que vão dedicar à soja. Neste ano, conta o pai, o plantio começou dia 20 e termina na virada do mês. No ano passado, começou dia 23 de outubro e terminou em 6 de novembro. “A gente aproveitou bem a janela”, diz Fabiano.

Com boas médias de produtividades há anos, Dari Baiotto espera uma safra cheia novamente. “Nosso investimento é para passar de 80 sacas por hectare. E a expectativa, principalmente com o clima previsto para os próximos meses, é de que vamos conseguir”, aposta o patriarca.

O gerente regional da cooperativa C.Vale em Cruz Alta, Luciano Trombetta, diz que a antecipação do plantio está muito ligada ao clima e à produtividade de anos anteriores. “Os produtores plantaram mais cedo nos últimos anos, com um bom clima, e tiveram bons índices. Se houver uma situação com clima desfavorável, talvez isso seja revisto”, explica.

Segundo Trombetta, a condição de plantio está dentro das expectativas. “Eu observo um produtor ansioso com o clima. Apreensivo. A retração dos preços nos últimos meses inibiu um pouco do investimento em muita tecnologia. O produtor daqui quer fazer mais com o que ele tem em mãos”, diz.

Para o diretor técnico da Aprosoja Brasil, Nédio Argenton Giordani, a média deve ser maior. “Devemos ter boas chuvas em todas as regiões, principalmente no Sul do estado, que sofreu com estiagem no último ciclo. O produtor está animado, a busca por altas produtividades está grande”, conta.

Na última safra, o Rio Grande do Sul produziu quase 19 milhões de toneladas de soja. Com uma média de 50 sacas por hectare. A média foi puxada para baixo por causa de uma longa estiagem que atingiu o Sul do estado e a região de fronteira com a Argentina e o Uruguai.

 | Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

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