Além do impacto sobre as exportações, um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em março, também teve influência sobre o paladar do brasileiro.
Mais consumo interno, menos exportações
Apesar do aumento de 1,3% nos abates de suíno no segundo trimestre, as exportações da proteína foram menores na comparação com o mesmo período de 2017. De abril a junho de 2017, os embarques de carne suína totalizaram 140,29 mil toneladas, ao passo que, em 2016, haviam sido de 161,46 mil toneladas. Esta diferença mostra que os abates a mais foram absorvidos pelo mercado interno.
A carne que tem menos saída por aqui, a suína, vem ganhado espaço após o escândalo, que afetou, sobretudo, o segmento de frangos e bovinos. Tanto que o abate de suínos cresceu 1,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, fechando o segundo trimestre (abril a junho) com 10,62 milhões de cabeças abatidas.
Foi o melhor resultado para o período desde o início da série histórica, em 1997, e o único número positivo entre as proteínas animais. O abate de bovinos, por exemplo, caiu 3,7% em relação ao mesmo período de 2016 e o de frangos, 4,5% na mesma comparação.
Segundo o IBGE, o desdobramento da Operação Carne fraca foi um dos fatores que desestabilizaram o segmento e levaram à queda de produção em abril. “Alguns estabelecimentos tiveram paralisações em abril, inclusive com férias coletivas. Tivemos quedas na produção de todos os tipos de carne. No mês de maio, tivemos uma retomada a níveis anteriores, quando os frigoríficos paralisados voltaram à atividade normal”, explica Angela Lordão, supervisora da Atividade Pecuária do IBGE.
Além das consequências da operação da Polícia Federal, o preço da carne suína, menor em relação à bovina, também favoreceu o crescimento deste tipo de proteína, sobretudo diante do cenário de crise econômica. A pesquisadora do IBGE complementa que a mudança chegou após o setor produtivo realizar pesquisas de mercado para avaliar os gargalos no consumo e conseguir superar o preconceito em torno da carne suína, considerada menos saudável que a bovina e a de frango. “Hoje, essa mentalidade em relação à carne suína vem mudando, com novos cortes implementados pela indústria”, salienta.
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