| Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo

Localizada em Pará de Minas, a 80 km da capital Belo Horizonte, a imagem da cooperativa Cogran está associada aos cortes de frango há pelo menos 20 anos - desde que inaugurou seu próprio frigorífico. Isso, porém, entre os consumidores. O mercado já enxergava que a vocação para outros ramos no setor de proteína animal poderia ser mais ampla.

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“As pessoas conhecem a marca pelo frango por conta do produto acabado que a gente vende nos supermercados. Mas para o pessoal de criação, a cooperativa é conhecida na área de suínos por causa do seu premix [reforço nutricional para a ração]”, conta o gerente de unidade, Paulo Henrique Simão Penna.

Se a ração já era fabricada pela cooperativa; se os suínos já eram criados pelos cooperados; e se toda a estrutura de distribuição já estava montada, a pergunta mais óbvia era: por que não? “Essa ideia surge até para atender a demanda dos nossos criadores, vamos industrializar o suíno do cooperado também”, acrescenta Penna.

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Notícias como a abertura da Índia e seus 1,324 bilhão de habitantes à carne suína brasileira indicam o potencial da nova atividade e ajudam a fazer jus ao investimento de R$ 18 milhões na nova estrutura, num setor que vem passeando entre o céu e o inferno nos últimos anos, ora com exportações recordes, como em 2016, ora com a disparada do custos de produção e o meio de campo retrancado em países importadores, como a Rússia.

O gerente Paulo Henrique Penna mostra a unidade de processamento de carne suína, que deve ser inaugurada ainda neste ano em Pará de Minas (MG) 

Com 7 mil metros quadrados, a planta vai receber suínos abatidos em frigoríficos terceirizados da região e transformá-los em bacon, pernil, salame, linguiça, além dos cortes processados, temperados ou in natura. A capacidade da unidade – que deve entrar em funcionamento ainda neste ano - será de 40 toneladas de carne suína por dia. Comparativamente, no caso do frango, carro-chefe da Cogran, são 120 toneladas/dia.

Ou seja, um negócio que nasce já com a expectativa de, no mínimo, entrar com 25% de participação no comércio de carnes da cooperativa. “Em princípio, nossa ideia é ficar só no mercado interno, onde a gente já atende na área de aves. Depois, com a marca consolidada e dependendo do volume, a gente pode estudar essa questão de exportação”, pontua o gerente da Cogran. “Nós temos uma aceitação dos nossos produtos de aves. Um primeiro gancho é esse, ele vai ajudar bastante nas redes que a gente já atende.”

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