As exportações de carne suína, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cresceram mais de 55% nos seis primeiros meses deste ano ante igual período de 2015. O índice mantém tendência de alta já verificada em 2015, quando o país despachou cerca de 550 mil toneladas para o exterior contra 505 mil em 2014, um crescimento de 14%.
A Rússia e a China permanecem sendo os principais compradores, concentrando aproximadamente 70% do destino das exportações brasileiras. Pelos próximos três anos, os dois países devem permanecer como os mercados que continuarão recebendo a carne suína brasileira, de acordo com Edmar Gervásio, analista da cadeia de suinocultura do Deral (Departamento de Economia Rural), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná.
As exportações devem se manter atraentes em razão do câmbio favorável. “O que estamos observando é que tão cedo a cotação do dólar não deve voltar ao patamar de R$ 2,50. Hoje, como a moeda americana continua sendo cotada a mais de R$ 3, ainda é vantajoso exportar”, afirma Gervásio.
O consumo interno também continua registrando indicadores positivos. Um exemplo desse comportamento vem do próprio Paraná. O consumo per capita no Estado, por exemplo, que lidera a produção nacional da proteína ao lado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, cresceu 6,02% no ano passado em comparação a 2014, segundo estudo do Deral.
Desafios diante da crise
Aproveitando oportunidades de negócio e ampliando a produção, o setor também espera medidas que possam alavancar ainda mais esse desempenho, inclusive para recuperar preços e faturamento, afetados pela crise econômica.
Entre as medidas aguardadas, o setor pede a isenção do PIS-COFINS para a importação do milho, proposta já de conhecimento do ministro da Agricultura, Blairo Maggi. O milho é o principal alimento do rebanho e representa 50% dos insumos. O assunto está sendo estudado na pasta de Maggi e pela área da Fazenda.
Carta de Cascavel
Suinocultores paranaenses divulgaram em 22 de julho a “Carta de Cascavel”, um documento oficial levado ao conhecimento das autoridades agrícolas estadual e federal sobre a atual situação do setor.
No documento, os empresários pedem o fim da instabilidade política para que o governo federal possa adotar medidas que combatam a crise econômica que, segundo eles, ameaça ofuscar os bons indicadores do setor e promover um fechamento em massa de granjas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O Brasil vive uma escassez do grão, em razão dos altos preços no mercado externo, o que fez disparar as exportações e causar escassez e valorização da commodity no mercado interno. Os governos estaduais paranaense, gaúcho e catarinense reduziram a alíquota do ICMS (de 12% para 6%) para ajudar a conter os efeitos negativos para o produtor.
A principal conta que os suinocultores querem reverter, com a adoção de ações como a isenção tributária, é a relação entre custo de produção e receita. Hoje, de acordo com dados da categoria, o custo de produção por animal pode chegar a R$ 4,10/kg, mas com um retorno de R$ 3,50/kg para o produtor no varejo.
“Apesar dos bons indicadores no consumo e nas exportações, o faturamento precisa voltar para a granja, o que não está acontecendo hoje”, alerta César da Luz, porta voz e consultor da Associação Paranaense de Criadores de Suínos (APS).
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