Foi um sinal dos tempos a notícia de que a quase centenária Perdue Farms, dos Estados Unidos, passou a flertar com o mercado de proteínas de origem não-animal quando sua marca registrada sempre foi a produção de frangos e perus.
“Nossa visão é ser o nome mais confiável no segmento de proteínas premium”, afirma o diretor-executivo, Jim Perdue. “Isso não quer dizer proteína premium de origem animal, apenas proteína premium. É para onde os consumidores estão caminhando”, diz.
A estratégia da companhia está focada em startups, de opções puramente veganas àquelas que combinam carne e proteínas vegetais, segundo Perdue. Ele se recusou a identificar possíveis alvos, mas pontuou que a empresa está explorando múltiplas opções.
“Você mesmo pode fazer”, diz o executivo, cujo avô fundou a Perdue Farms em 1920. “Você pode sair e investir, ou ganhar a experiência e o capital intelectual”, pontua.
Proteínas alternativas à carne, independentemente se forem produzidas à base de plantas ou como carne de laboratório, estão surgindo como uma das tendências mais quentes no setor alimentar, na medida em que os consumidores tentam cortar o consumo de carne e derivados. Até gigantes da indústria de laticínios, como a Danone, estudam alternativas sem uso de derivados de leite. Outras empresas, apostam em proteínas de insetos ou feitas a partir de cultura de células-tronco.
As vendas de proteínas alternativas, no entanto, ainda perdem para o mercado convencional, de US$ 49 bilhões, concentrado em carne vermelha e de frango, mas devem crescer 17% ao ano até 2021, chegando a US$ 863 milhões, estima o CoBank.
Gigantes do setor de alimentação, como as norte-americanas Cargill e Tyson Foods, estão entre as companhias que investem na produção de proteína a partir de células animais, enquanto empresas de hambúrgueres vegetais, como Beyond Meat e Impossible Foods, vêm atraindo investimentos de gente de peso, como Bill Gates e Leonardo Di Caprio.
A Perdue Farms ainda não tem planos de se juntar a Cargill e Tyson no segmento de carne de laboratório. “Isso está numa fase muito, muito, mas muito mesmo insipiente, e talvez haja alguma opção no meio do caminho”, diz Jim Perdue. “Nós gostaríamos muito de pesquisar a fundo como os consumidores encaram essa produção”, conclui.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast