Safra norte-americana de soja baterá novo recorde| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O relatório mensal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre as lavouras norte-americanas, divulgado nesta quinta-feira (8), veio na contramão do que o mercado esperava e derrubou o preço das commodities na Bolsa de Chicago. A cotação de soja para setembro caiu mais de 3%, de US$ 9,7 para US$ 9,37 por bushel, enquanto o preço do milho recuou 4%, para US$ 3,57 o bushel.

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O USDA não contabilizou perdas significativas na produção de milho e soja em função do clima quente e seco em algumas regiões produtoras. Em relação à soja, a projeção é de uma nova safra recorde, 2% maior do que no ano passado, chegando a 119 milhões de toneladas, com uma produtividade de 3322 quilos por hectare.

Ainda que a projeção da produtividade média de milho tenha caído de 10.959 para 10.639 kg/ha, a safra do cereal ainda será a terceira maior da história, em produtividade e produção. A estimativa é de que os americanos colherão 359 milhões de toneladas.

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O mercado esperava que o clima de julho tivesse um impacto significativo sobre as lavouras, mas não foi isso que o USDA apontou. “Os analistas ficam com um pé atrás com a previsão, mas o departamento é muito respeitado, então o relatório mexe mesmo com as cotações”, diz Luiz Fernando Gutierrrez Roque, analista da agência Safras e Mercados.

A supersafra americana vem num contexto de ampla oferta de grãos e oleaginosas, em função das colheitas recordes do último ciclo. Os estoques mundiais de passagem, para a soja, estão estimados em 93,53 milhões de toneladas. Os estoques de milho estão em 200,87 milhões de toneladas, segundo o USDA.

Pelo relatório do USDA, apenas a produção de trigo será reduzida por causa do calor e da seca de julho, saindo de um patamar de 62,4 milhões de toneladas no ano passado para 47,31 milhões de toneladas (contra 47,8 milhões da previsão mensal anterior). Se for confirmada, será a menor safra de trigo americana desde 2002.