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Apesar da Carne Fraca, balança comercial tem superávit recorde em março

As vendas de carne bovina caíram de US$ 411 milhões para US$ 404 milhões. As exportações de carne de frango e suína, no entanto, tiveram alta. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
As vendas de carne bovina caíram de US$ 411 milhões para US$ 404 milhões. As exportações de carne de frango e suína, no entanto, tiveram alta. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)

Mesmo com a crise nas exportações da carne brasileira, a balança comercial fechou março com o melhor resultado para o mês em 29 anos, desde o início da série histórica, em 1989. As exportações foram maiores que as importações em US$ 7,145 bilhões. Em março do ano passado, o resultado havia ficado no azul também, em US$ 4,43 bilhões.

No mês passado, os maiores exportadores de carne brasileira suspenderam as compras em razão dos efeitos da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal. A polícia identificou uma relação ilegal entre os fiscais do Ministério da Agricultura e os donos de grandes frigoríficos para liberação de produtos não adequados com as normas vigentes. Mesmo assim, as exportações de carne tiveram uma alta de 9% em relação a março do ano passado: foram de US$ 1,02 bilhão para US$ 1,11 bilhão.

As vendas de carne bovina caíram de US$ 411 milhões para US$ 404 milhões. As exportações de carne de frango e suína, no entanto, tiveram alta.

No mês, o Brasil exportou US$ 20,08 bilhões em produtos e importou US$ 12,94 bilhões. No ano, a balança acumula um superávit de US$ 14,42 bilhões.

O resultado positivo no trimestre é consequência de um avanço maior nas exportações do que nas importações. As vendas de produtos brasileiros a outros países cresceram 20,4% no ano, enquanto as compras de produtos estrangeiros pelo Brasil avançaram 8,4%.

Em março, as exportações aumentaram, na comparação anual, nos três segmentos: produtos básicos (29,7%), semimanufaturados (7,4%) e manufaturados (12,3%). O destaque é para as vendas de minério de ferro (186,7%), hidrocarbonetos ( 170,9%), óleos combustíveis (161,7%) e petróleo em bruto (145,9%). Recuaram sobretudo as exportações de milho (-87,8%), algodão (-53,2%) e fumo (-52,5%).

Entre as importações, houve queda de 10,5% na compra de bens de capital e aumento na importação de bens intermediários ( 10,6%), de consumo (1%) e combustíveis e lubrificantes (14,4%). As principais altas foram entre insumos industriais básicos (114,6%), gasolina para automóveis (98,9%). Houve queda significativa nas compras de equipamentos de transporte industrial (-25,6%) e de alimentos e bebidas básicos (-24,2%).

No ano, também houve incremento nas exportações de produtos básicos (34,7%), semimanufaturados (11,2%) e manufaturados (8,1%). As importações caíram para bens de capital (-22,6%) e de consumo (-0,6%) e subiram para bens intermediários (16,2%) e combustíveis e lubrificantes (20,9%).

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