Todos os elos na agricultura registraram alta. Destaque para o setor primário (6,52%), em razão dos preços e da expectativa de maior faturamento em culturas como a soja.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Enquanto o mercado prevê retração de mais de 3% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2016, o PIB do agronegócio segue na direção oposta e, segundo um levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), apresentou crescimento de 2,71% de janeiro a julho deste ano, na comparação com o mesmo período de 2015. Em julho, a expansão do setor foi de 0,13%.

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O melhor desempenho veio de dentro da porteira, no segmento básico, que subiu 3,96%; já no de serviços, a alta foi de 2,75%; no de insumos, 2,4%; e na indústria, alta de 1,65%.

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Segundo o levantamento, o resultado foi puxado principalmente pela cadeia produtiva agrícola. Mesmo com a queda de 0,04% em julho, o balanço nos sete primeiros meses do ano foi positivo: crescimento de 3,6%.

Todos os elos na agricultura registraram alta, com destaque para o setor primário (6,52%), em razão dos preços favoráveis e da expectativa de maior faturamento em culturas como soja, milho, cana-de-açúcar, café e trigo, por exemplo. Serviços, insumos e indústria tiveram variação de 3,61%, 2,64% e 0,07%, respectivamente. Já a pecuária variou 0,52% em julho e registra expansão de 0,76% no acumulado deste ano.

PIB maior, apesar das exportações

O crescimento do PIB agrícola contrasta com as exportações do agronegócio, que, no acumulado do ano, caíram 2,2%. De janeiro a outubro, o Brasil alcançou US$ 73,1 bilhões com as vendas externas, sendo que, no mesmo período do ano anterior, o resultado havia sido de US$ 74,73 bilhões. Ainda assim, a balança comercial fechou positiva, já que as importações também caíram: de US$ 11,18 bilhões em 2015, passaram a US$ 10,99 bilhões (-1,7%) em 2016, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O destaque ficou por conta do setor sucroalcooleiro, que cresceu 33,6%. O montante dos embarques do setor subiu de US$ 6,79 bilhões para US$ 9,08 bilhões, impulsionados especialmente pelo incremento das exportações para a Ásia, que passaram de US$ 2,31 bilhões para US$ 3,31 bilhões. Outros destaques positivos foram carne suína (+13,7%), cacau (+15,7%) e pescados (+12,0%).