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Carne fraca

Apesar dos escândalos, Brasil vai aumentar exportação de carne, aposta governo

Até o junho, as exportações foram de 2,74 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 6,5% na comparação com o mesmo período de 2016. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Até o junho, as exportações foram de 2,74 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 6,5% na comparação com o mesmo período de 2016. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Apesar dos impactos da Carne Fraca, que levaram à redução do volume exportado de proteína animal pelo Brasil no primeiro semestre, a expectativa do governo é de que os embarques ganhem força a partir da retomada de junho e fechem o ano com 3% de aumento em relação a 2016. No ano passado, o país enviou 5,67 milhões de toneladas ao exterior, contando as carnes bovina, suína e de frango.

Até o junho, as exportações foram de 2,74 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 6,5% na comparação com o mesmo período de 2016. No entanto, de acordo com o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, missões internacionais foram intensificadas nos últimos meses e têm servido para consolidar e ampliar negócios nos mercados consumidores. O secretário reiterou a meta de atingir 10% de participação no mercado global em cinco anos. Hoje, o Brasil tem quase 7% da fatia do mercado de produtos agropecuários do mundo.

Segundo nota divulgada pelo Ministério da Agricultura, durante as reuniões bilaterais de que participou em Genebra, Novacki fez questão de ressaltar as providências adotadas para assegurar a qualidade dos produtos brasileiros.

Outro aspecto destacado por Novacki foi a criação do programa de compliance do Ministério da Agricultura, visando a aumentar o controle sobre os procedimentos internos e a relação dos fiscais com os produtores. O secretário disse ainda que a intenção do ministério é estimular as empresas do setor a criarem suas regras de compliance (conjunto de disciplinas para fazer cumprir normas legais e regulamentares, políticas e diretrizes estabelecidas para um negócio, instituição ou empresa, bem para evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer).

Na viagem à Suíça, Novacki tem participado ainda de encontros bilaterais com representantes dos principais parceiros comerciais e de organismos internacionais para falar sobre a qualidade e segurança dos alimentos produzidos no Brasil. O secretário pretende também reforçar o apoio à candidatura do coordenador de Assuntos Multilaterais da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Guilherme Costa, à presidência do Codex.

O Codex Alimentarius é entidade vinculada à Organizacão das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentacão (FAO), que trata dos padrões, diretrizes e recomendações para a segurança, qualidade e comércio leal de alimentos entre os 188 países-membros. A elaboração de normas que reflitam o desenvolvimento tecnológico do setor de alimentos – decisivas à inocuidade dos produtos – e que facilitem o comércio justo, sem barreiras sanitárias, é defendida pelo brasileiro. É a primeira vez que o Brasil concorre ao cargo.

Após a divulgação da Operação Carne Fraca, em março deste ano, diversos mercados impuseram restrições à carne brasileira. Mercados como os dos Estados Unidos e da Comunidade Europeia determinaram a fiscalização de 100% da carne brasileira. No final do mês passado, os Estados Unidos suspenderam a importação de carne fresca do Brasil. Na Operação da Polícia Federal, a principal denúncia referia-se à comercialização de carne adulterada no mercado interno e externo.

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