Depois de assumir a liderança mundial na exportação de soja no ciclo 2015/16 e se consolidar como o grande player da oferta, o Brasil deve fechar a próxima safra (2018/19) como o maior produtor da oleaginosa no planeta, ultrapassando os Estados Unidos, ainda que por uma diferença apertada. É o que prevê o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), conforme o relatório de oferta e demanda mundial divulgado na tarde desta quinta-feira (10).
O documento aponta que o Brasil irá, segundo o USDA, repetir a safra 2017/18 e colher 117 milhões de toneladas, enquanto a produção norte-americana ficará em 116,48 milhões de toneladas (-2,54% em relação à safra 2017/18). Os produtores do país, que já entrou no ciclo 2018/19, sofrem com o frio intenso e o excesso de umidade, o que vem atrasando a semeadura e pode ter impactos no rendimento médio das lavouras. No caso do Brasil, que aguarda o fechamento da safrinha para encerrar a campanha 2017/18, o USDA acompanhou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ampliando suas projeções para a soja de 115 milhões de toneladas para 117 milhões de toneladas na atual temporada.
Para o milho, os norte-americanos também seguiram a tendência do órgão brasileiro, reduzindo em 5 milhões de toneladas a colheita estimada no comparativo com a previsão de abril, chegando a 87 milhões de toneladas na safra 2017/18. Já para a safra seguinte, o USDA acredita que o Brasil recupere o potencial das lavouras, depois de um ano de redução em área e produtividades, atingindo os 96 milhões de toneladas.
Impactos no mercado
O balanço da safra brasileira, mas principalmente as previsões de redução para a norte-americana já tiveram reflexos em Chicago. Assim que o relatório foi divulgado, às 12h (horário de Chicago), as cotações da soja subiram 13 centavos de dólar e as do milho 3 centavos. Após o mercado “digerir” os números, o cenário para o milho passou a estável, ao passo que a soja permanecia em alta (cerca de 2 centavos).