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Marfrig será a segunda maior processadora de carne bovina do mundo, com um faturamento consolidado de R$ 43 bilhões. A primeira é a também brasileira JBS. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Marfrig será a segunda maior processadora de carne bovina do mundo, com um faturamento consolidado de R$ 43 bilhões. A primeira é a também brasileira JBS.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

A brasileira Marfrig, companhia de proteína animal, anunciou nesta segunda-feira (9) que chegou a um acordo para a aquisição de 51% das ações da National Beef, quarta maior processadora de carne bovina dos Estados Unidos.

A Marfrig pagará US$ 969 milhões (R$ 3,3 bi) pela participação e, concluída a transação, passará a ser a segunda maior processadora de carne bovina do mundo, com um faturamento consolidado de R$ 43 bilhões. A primeira é a também brasileira JBS,

A transação avaliou a National Beef em US$ 2,3 bilhões, incluindo dívidas -o valor pago pela Marfrig equivale a um múltiplo de transação EV/Ebitda UDM (valor da empresa em comparação ao Ebitda ajustado) de 4,4 vezes. A transação será integralmente financiada por um empréstimo do banco Rabobank.

A National Beef exporta para 40 países, incluindo o Japão e a Coreia do Sul, mercados atualmente fechados às exportações de carne brasileira.

“Com a transação, teremos operações nos dois maiores mercados de carne bovina do mundo, chegaremos a países consumidores extremamente sofisticados e conseguimos crescer mantendo uma rigorosa disciplina financeira”, disse Martín Secco, presidente da Marfrig, em nota.

Desde 2011, a National Beef é controlada pela holding de investimentos americana Leucadia National Corporation, que detinha 79% de participação.

Após a conclusão da operação, a Leucadia transferirá o controle acionário para a Marfrig e se manterá como acionista minoritário da empresa, com uma fatia de 31% do capital total. A US Premium Beef, associação de produtores americanos, ficará com 15% e outros acionistas com os 3% restantes.

Tanto a Leucadia quanto os demais investidores se comprometeram a manter suas ações da National Beef por um período mínimo de cinco anos.

ALAVANCAGEM

A Marfrig passará a consolidar em seu balanço 100% dos resultados da National Beef.

Em 2017, a Marfrig apresentou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 1,7 bilhão. Com a National Beef, estimativa passa para R$ 3,4 bilhões.

No ano passado, a dívida total da Marfrig representava 4,55 vezes seu Ebitda. Com a aquisição, o indicador deve cair para 3,35 vezes.

Outra medida para a redução da alavancagem (dívida líquida divida pela geração de caixa) da Marfrig é a decisão de vender a Keystone Foods. A Marfrig tem o objetivo de chegar a uma alavancagem de 2,5 vezes até o fim de 2018.

“A compra da National Beef reflete nossa estratégia de crescimento sustentável”, diz Marcos Molina, presidente do Conselho de Administração da Marfrig.

CAPACIDADE

Fundada em 1992, a National Beef faturou, segundo a Marfrig, US$ 7,3 bilhões (R$ 24,3 bilhões) no ano passado e tem capacidade de abate de 12 mil cabeças por dia.

A empresa é sediada em Kansas City, no estado do Missouri, e tem duas unidades de processamento em Dodge City e Liberal, no Kansas, que respondem por cerca de 13% da capacidade total de abate do mercado americano, afirma a Marfrig.

Segundo a empresa, os principais executivos da National Beef permanecerão na companhia, que segue sob a gestão de Tim Klein. O Conselho de Administração da National Beef será composto por nove membros: cinco indicados pela Marfrig, dois pela Leucadia e dois por acionistas minoritários.

O Rabo Securities USA foi o consultor financeiro da Marfrig na transação de compra. O escritório de advocacia Linklaters atuou como conselheiro internacional. No Brasil, a assessoria legal foi feita pela Lefosse Advogados.

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