A JBS reverteu o lucro de R$ 309,8 milhões registrado no segundo trimestre de 2017 em prejuízo de R$ 911,1 milhões em igual período deste ano, informou a companhia há pouco. Sem impacto cambial, o lucro ajustado da JBS teria somado R$ 2,998 bilhões no trimestre. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 4,237 bilhões, alta de 12,8% em relação aos R$ 3,757 bilhões obtido no segundo trimestre do ano passado.
A receita líquida da JBS atingiu R$ 45,175 bilhões, aumento de 8,4% na comparação anual. No resultado financeiro líquido, a JBS teve uma despesa financeira de R$ 4,718 bilhões, 113,4% maior que o montante de R$ 2,210 bilhões registrado no segundo trimestre de 2017.
Segundo a companhia, o resultado das variações cambiais ativas e passivas correspondeu a uma despesa de R$ 3,909 bilhões, enquanto que o ajuste a valor justo de derivativos foi positivo em apenas R$ 151,0 milhões.
O presidente da JBS na América do Sul, Wesley Batista Filho, afirmou que o repasse dos custos aos preços dos produtos da Seara no segundo trimestre de 2018 não foi suficiente para melhorar as margens da companhia. Em teleconferência com analistas, o diretor executivo de operações da JBS, Gilberto Tomazoni, acrescentou que este tem sido o principal desafio para as operações brasileiras e, neste terceiro trimestre, será necessário repassar cerca de 7% das despesas para o produto final.
“Temos custos maiores com grãos por causa da quebra de safra do milho no Brasil e do farelo de soja, que subiu aqui depois que a China taxou as commodities produzidas pelos norte-americanos. Agora, o Brasil tem que ser muito competitivo para melhorar sua eficiência operacional”, afirma Tomazoni.
Ele lembra que, na teleconferência para apresentação dos resultados do primeiro trimestre, havia a expectativa de repassar 5% dos custos com grãos para o resto da cadeia, porém apenas 3% de aumento foi aplicado aos produtos da Seara. “Agora teremos que repassar, em média, 7% das despesas”, projeta.
Sobre o segundo trimestre, o diretor de operações acredita que o desempenho da companhia ficou abaixo de seu potencial, afetado pelas despesas mais altas e pela greve dos caminhoneiros. “Esperamos que o efeito residual da greve dos caminhoneiros seja menor no terceiro trimestre”, estima Batista Filho.
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