No dia de aniversário de um ano de trabalho em Curitiba, o labrador Thor, da equipe de fiscalização do Ministério da Agricultura, fez uma apreensão de 250 pacotes de sementes de maconha, flores, abóboras e outros vegetais importados ilegalmente da China pelos Correios.
“Acho que ele quis comemorar a data com uma grande apreensão, para dizer que estava trabalhando até no dia de aniversário de empresa”, brinca João Beggiora, um dos técnicos da equipe K9, responsável pela fiscalização agropecuária federal com auxílio de cães. A apreensão foi feita nos dias 27 e 28 de março no Centro de Encomendas Expressas do Correio Internacional, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Todas as encomendas do exterior com peso de até 3 kg passam pelo centro de triagem de Pinhais antes de serem distribuídas em território brasileiro.
Thor, um labrador de dois anos de idade, divide seu horário de “expediente” entre os Correios, em Pinhais, e o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Num dia comum, de manhã Thor passa de duas a três horas farejando encomendas nos correios e, à tarde, faz duas inspeções de 10 minutos nas bagagens dos voos internacionais.
No aeroporto, Thor já evitou a entrada de bifes de chorizo, queijos e salames escondidos nas malas de viajantes procedentes da Argentina e do Paraguai, de onde vêm os únicos voos internacionais diretos para Curitiba. “Com o tempo, o pessoal já fica sabendo que aqui a fiscalização é mais rígida e as tentativas de contrabando começam a diminuir”, comenta Beggiora.
Nos Correio, a situação é diferente. É lá que acontecem 80% das apreensões de produtos agropecuários. “Para se ter uma ideia, a unidade do Vigiagro que atua nos Correios em Pinhais fez no ano passado 13 mil retenções de mercadorias impróprias. Dá mais de mil apreensões por mês”, aponta o fiscal.
Entre os produtos mais apreendidos, estão sementes, fertilizantes e medicamentos veterinários. O que escapa do Raio X acaba sendo rastreado pelo focinho de Thor. As sementes irregulares oferecem grande risco sanitário pela possibilidade de conterem pragas de difícil combate, já que podem ser desconhecidas no Brasil.
Jovem ainda, o labrador tem pelo menos mais seis ou sete anos de tempo de serviço para cumprir. Antes de a aposentadoria chegar, o Ministério da Agricultura terá de aprovar uma legislação específica que regulamente a questão dos servidores caninos. “Como ele foi adquirido com recursos da União, ele pertence à União. Em alguns órgãos públicos, esses cães ficam com seus condutores. Mas isso terá de ser regulamentado, por que, afinal, trata-se de um patrimônio público, não dá para simplesmente levar para casa”, lembra Beggiora.
A segunda geração de cães farejadores da Vigilância Agropecuária Federal está a caminho. Em fevereiro aconteceu a licitação para compra de 10 filhotes que serão treinados em Brasília antes de assumirem suas funções no Aeroporto do Galeão e em outros terminais do País. Além do Ministério da Agricultura, o Exército, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal contam com o apoio de cães farejadores para coibir a entrada ilegal de drogas, armas e munições no País.
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