A startup gaúcha Essent Agro desenvolveu um aplicativo, apelidado de robozinho, que importa notas fiscais eletrônicas e faz, mês a mês, o cálculo da prévia do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) a ser pago no ano seguinte. O aplicativo também organiza receitas e gastos do produtor rural.
“Estamos nos antecipando ao que o produtor vinha fazendo de forma tradicional, que era comprar um insumo ou vender um produto, guardar a nota consigo e lá pelo mês de fevereiro ou março levar isso para o seu contador, que simplesmente inseria as informações no programa do governo e emitia um boleto para pagar o imposto de renda, ou seja, executar aquilo que ocorreu no ano fiscal anterior”, explica o CEO da Essent Agro, Giandrei Basso.
O robô contador, por sua vez, além de automatizar todo o processo, lança a contabilidade dentro do próprio ano fiscal. “Ele busca a nota no momento da emissão, em tempo real, seja de uma receita ou de um gasto, traz para dentro da plataforma esses dados, que são conferidos, classificados e ao final de cada mês é feito um cálculo da prévia do imposto a pagar no ano seguinte. Por trabalhar dentro do ano vigente, é possível fazer o planejamento tributário, adotando estratégias legais para reduzir ou mesmo isentar o produtor do imposto de renda”, afirma.
Uma dessas estratégias é antecipar os insumos que serão utilizados no ano seguinte, pagando dentro do regime de caixa daquele ano, o que permite abater como despesa no imposto, segundo Basso. Outra possibilidade é trocar o imobilizado em um maquinário agrícola, fazer uma reforma num armazém ou em uma UBS. “Em vez de você dar esse dinheiro para o governo você pode investir na propriedade”, diz o CEO da Essent Agro.
Empresários rurais
Segundo levantamento da consultoria e fundo de investimentos AgFounder, o Brasil possui hoje 338 startups com soluções tecnológicas voltadas para a agricultura. “Isso veio para ficar. Os produtores cada vez mais terão que se inserir nessas tecnologias para terem mais rentabilidade, tornando-se empresários rurais”, pontua Jhony Möller, analista de desenvolvimento técnico do Sistema Ocepar.
De acordo com Möller, as ferramentas digitais estão mais acessíveis hoje em dia e com interfaces mais amigáveis, utilizando gráficos e imagens para ajudar o produtor a ter, de modo facilitado e compreensível, todos os dados sobre a produção da sua fazenda, dos seus recursos financeiros e da sua capacidade de investimento.
Na lavoura, as tecnologias da agricultura 4.0, que agrega o uso de drones, estações meteorológicas, sensores em máquinas agrícolas e dados de satélite, também ajudam o produtor a melhorar o seu processo produtivo, otimizando o uso de insumos e implementos, segundo Möller. Plataformas que geram indicadores agronômicos e permitem a rastreabilidade completa da safra ainda permitem avaliar a condição das plantas na lavoura, como a sua densidade foliar, o estado nutricional e identificar qualquer tipo anomalia.
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