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Toma lá, dá cá: EUA e China negociam acordo para suspender tarifas agrícolas

Com guerra comercial, republicanos temem  perder apoio do setor rural nas eleições legislativas | Arquivo/Gazeta do Povo
Com guerra comercial, republicanos temem perder apoio do setor rural nas eleições legislativas (Foto: Arquivo/Gazeta do Povo)

Os Estados Unidos e a China estão se aproximando de um acordo que daria à chinesa ZTE Corp um alívio em sanções potencialmente duras dos americanos, em troca da retirada por Pequim de tarifas de bilhões de dólares de produtos agrícolas dos EUA, de acordo com fontes dos dois países informadas sobre o tema.

As negociações iriam reduzir as dificuldades enfrentadas na China pela companhia americana de semicondutores Qualcomm, cuja proposta de aquisição da NXP Semiconductors, da Holanda, tem sido vetada por Pequim. O Ministério do Comércio chinês tem se comprometido a revisar a aquisição, caso os EUA relaxem restrições à ZTE, disse uma fonte ligada ao assunto. O ministério tem segurado uma série de acordos bilionários desejados por empresas dos EUA nos últimos meses.

A ZTE é uma produtoras de equipamentos de telecomunicação sediada em Shenzhen que tem sofrido com o veto dos EUA à venda de componentes desse setor pela empresa.

O acordo não está fechado e poderia não ser concluído, particularmente já que os EUA se mostram divididos sobre como negociar com a China. No domingo, o presidente americano, Donald Trump, disse no Twitter que trabalha para fechar um acordo rápido sobre a ZTE. A mensagem do presidente, porém, pegou muitos de surpresa no círculo próximo a Trump.

Pelo acordo discutido, os EUA relaxariam um veto a que companhias americanas possam vender componentes da ZTE. Em troca, segundo as fontes, a China evitaria impor tarifas sobre uma série de produtos agrícolas anunciadas em abril, em retaliação às tarifas dos EUA contra o aço e o alumínio chineses. Os produtos incluiriam o ginseng e a carne de porco.

A China também retiraria algumas restrições não tarifárias contra produtos agrícolas americanos como parte do potencial acordo, dizem as fontes. Por exemplo, no fim do ano passado, Pequim reforçou os testes de qualidade da soja americana, o que deixa parte da produção americana presa nos portos chineses.

O governo Trump teme que um revés para fazendeiros dificultaria o esforço do Partido Republicano para manter o domínio no Legislativo, nas eleições deste ano. O principal enviado econômico chinês, Liu He, deve chegar a Washington nesta terça-feira para conversas até o fim da semana.

O vice-porta-voz da Casa Branca, Raj Shah, confirmou nesta segunda-feira as negociações, sem entrar em maiores detalhes. “O caso da ZTE tem sido avaliado pelo governo dos EUA em vários níveis”, afirmou Shah em entrevista coletiva.

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