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USDA eleva a conta e projeta safra brasileira de soja em 111 milhões de toneladas

Com a oleaginosa vinda da América do Sul entrando no mercado, Chicago pode não ser capaz de se sustentar acima de US$ 9/bushel. | Lineu Filho/Gazeta do Povo
Com a oleaginosa vinda da América do Sul entrando no mercado, Chicago pode não ser capaz de se sustentar acima de US$ 9/bushel. (Foto: Lineu Filho/Gazeta do Povo)

Em seu novo relatório, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA, ampliou a estimativa para a colheita de soja no Brasil na temporada 2016/17.

Em março, os norte-americanos haviam previsto uma safra de 108 milhões de toneladas, mas, em abril, num movimento que segue a tendência do mercado, elevaram a projeção para 111 milhões de toneladas. Com isso, o USDA também prevê um aumento de 900 mil toneladas em exportações para o país, fechando a conta em 61,9 milhões de toneladas.

O mercado já esperava que os Estados Unidos elevassem suas estimativas para o Brasil, que vieram dentro do intervalo previsto (entre 109 e 111,6 milhões de toneladas).

A atenção se volta, agora, para o fechamento da safra nacional. Especialistas apontam que, caso a colheita venha ainda maior, os estoques ficarão bastante pressionados, pois a demanda não daria conta da produção no Brasil e na Argentina, que, para os norte-americanos, deve ser de 56 milhões de toneladas, 500 mil toneladas acima do projetado em março. Isso mesmo com a China importando 88 milhões de toneladas, 2 milhões a mais que a previsão do mês anterior.

Outro ponto considerável é que o USDA aumentou em 300 mil toneladas seus números para o estoque de soja nos EUA, avaliados em 12,11 milhões de toneladas. Com a oleaginosa vinda da América do Sul entrando no mercado, Chicago pode não ser capaz de se sustentar acima de US$ 9/bushel. A cotação vai depender essencialmente do relatório referente à produção norte-americana, esperado para o final do semestre.

Milho

O EUA também elevaram a previsão para a colheita de milho no Brasil, passando de 91,5 milhões de toneladas para 93,5 milhões de toneladas. Ainda que, para o USDA, as exportações fiquem em 31 milhões de toneladas (1 milhão acima do previsto em março), o mercado brasileiro está pressionado por causa do cenário na Argentina. Nossos vizinhos sul-americanos devem colher 38,5 milhões de toneladas e exportar 26 milhões. Internamente, o setor – que ainda sofre com o baque no setor de carnes – está patinando com os preços baixos. A expectativa eram as exportações, no entanto, menos competitivo lá fora, o cereal brasileiro pode ficar encalhado nos silos.

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