O desaparecimento dos recifes de coral tem tido um grande impacto sobre o ecossistema marinho, porque eles fornecem alimento e abrigo para muitas espécies de peixes e crustáceos.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Os recifes de coral do planeta estão vivendo em águas mais quentes que o normal pelo terceiro ano consecutivo, um período sem precedentes, estendendo o que já é o mais longo branqueamento de corais já registrado, informaram autoridades americanas na segunda-feira (20).

CARREGANDO :)

O branqueamento coralino global começou em meados de 2014, decorrente do aquecimento global e de um fenômeno El Niño particularmente intenso, que resultou em temperaturas oceânicas mais altas que o normal, de acordo com a Administração Oceanográfica e Atmosférica Nacional (NOAA).

A NOAA apresentou a sua perspectiva sombria para os recifes de coral do mundo em um simpósio internacional que está sendo realizado nesta semana em Honolulu, Havaí.

Publicidade

Segundo a entidade, o impacto deverá ser particularmente forte nos recifes de territórios dos Estados Unidos. Os recifes no Havaí, Guam, Ilhas Marianas do Norte, Florida Keys, Ilhas Virgens Americanas e Porto Rico estão particularmente vulneráveis. “Todos os recifes de coral dos Estados Unidos já viveram em temperaturas acima do normal e mais de 70% deles foram expostos às prolongadas temperaturas altas que podem causar branqueamento”, informou a NOAA.

A organização também observou que os estudos têm demonstrado que cerca de 93% da Grande Barreira de Coral da Austrália foi branqueada desde abril.

Além disso, há 90% de chances de que o fenômeno iminente La Niña, que pode causar altas temperaturas oceânicas no Pacífico ocidental, cause um branqueamento difundido de corais na região da Micronésia, grupo de ilhas na Oceania.

“É hora de direcionar essa discussão para o que pode ser feito para conservar estes organismos incríveis ante este evento de branqueamento global sem precedentes”, disse Jennifer Koss, diretora do programa de conservação de recifes de coral de NOAA.

Publicidade

Segundo Koss, os esforços locais de conservação se revelaram insuficientes, e é necessário um maior esforço global para responder aos efeitos das mudanças climáticas.

Os corais se alimentam de algas microscópicas, chamadas de dinoflageladas, que vivem em grandes colônias em sua superfície. As algas consomem nitrogênio, fósforo e outros nutrientes provenientes dos corais, e utilizam a luz para transformar essas substâncias em energia.

A fotossíntese também libera energia nos tecidos do coral, o que lhe permite construir o exoesqueleto calcário que serve de habitat para estas algas unicelulares. Quando o coral está sob estresse, ele perde seus dinoflagelados e embranquece.

O desaparecimento dos recifes de coral tem tido um grande impacto sobre o ecossistema marinho, porque eles fornecem alimento e abrigo para muitas espécies de peixes e crustáceos.