Depois de ter encontrado vestígios de uma toxina grave (PSP ou toxina paralisante) em cultivos de mexilhões em Porto Belo, a secretaria de agricultura e pesca de Santa Catarina tem feito uma série de testes para avaliar a extensão do problema.
Desde a última quinta-feira (19), o cultivo de ostras, vieiras, mexilhões e berbigões está interditado em todo o litoral catarinense e, por enquanto, não há data certa para liberação, mas ela pode vir nesta ou na próxima semana em algumas áreas.
No final de semana, uma equipe da secretaria sobrevoou o litoral atrás de possíveis manchas da alga produtora da PSP. Detectadas essas manchas, a Epagri realizou coletas para avaliação do deslocamento e da quantidade de algas.
Esta é a segunda vez que a toxina PSP é encontrada no estado, que responde por 95% da produção nacional de moluscos. Em 1997 já houve registros de toxina paralisante no litoral catarinense, mas causada por outro microorganismo.
Toxina
A toxina paralisante pode causar diarreia, náuseas, vômitos, dores abdominais, perda de sensibilidade nas extremidades corpo e, em casos severos, paralisia generalizada e óbito por falência respiratória. Os sintomas podem começar aparecer imediatamente ao consumo dos moluscos contaminados. Essas toxinas são estáveis e não são degradadas com o cozimento ou processamento dos moluscos. Todos os moluscos filtradores, independentemente se são ou não cultivados, podem acumular as toxinas.
Segundo o representante do Laboratório Laqua-Itajaí/IFSC, Luis Proença, as microalgas que vivem na água compõe a principal fonte primária de alimento dos organismos marinhos. Em condições ambientais favoráveis, o número de células em suspensão na água pode aumentar de forma significativa. Embora a grande maioria de espécies de microalgas seja benéfica, algumas espécies produzem potentes toxinas que podem ser acumuladas por organismos filtradores, como, por exemplo, os moluscos bivalves.