Uma vaca de seis anos de idade, de raça para corte, foi diagnosticada com o mal da vaca louca no estado americano da Flórida. A identificação da doença foi feita em testes de rotina do laboratório veterinário da Universidade Estadual do Colorado. O animal infectado não chegou a entrar na linha de abate de nenhum frigorífico e foi sacrificado assim que saiu o resultado dos exames.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, trata-se de um caso atípico da doença da Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE). Por caso atípico entende-se uma manifestação rara e espontânea em animais mais velhos, diferente do caso clássico, associado à doença neurológica Creutzfeldt-Jakob, que provoca demência e espasmos musculares em seres humanos. Nos anos 80, e até o início dos anos 2000, uma epidemia de casos de vaca louca varreu boa parte da Europa, exigindo o sacrifício de milhares de animais.
Para evitar os riscos da doença, e sua transmissão para humanos, a maioria dos países proíbe a alimentação de ruminantes (bovinos, caprinos e ovinos) com subprodutos de origem animal. A principal via de transmissão é através da ingestão de alimentos contendo farinhas de carne e ossos provenientes de carcaças infectadas pelo prion – uma proteína encontrada no tecido nervoso de animais infectados. No Brasil, é proibido utilizar qualquer produto com origem animal na alimentação de ruminantes. Antigamente, era prática comum dar às vacas a palhada da cama de frango.
Para a Organização Mundial de Saúde Animal, a ocorrência de um caso atípico de vaca louca não afeta a classificação de risco de um determinado país, por ser algo raro e que pode acontecer de forma espontânea em animais mais velhos. Assim, os EUA mantêm o status de país com risco desprezível para a doença, não devendo ocorrer nenhum reflexo comercial por causa do episódio.