Ruim para o produtor, nem tanto para o consumidor. De janeiro a maio deste ano, o preço do boi gordo [pago aos produtores] caiu 7,5% (por arroba), passando de R$ 148,72 no início de 2017 contra R$ 137,70 ao fim do mês passado, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral). No mesmo período de 2016, o valor estava em R$ 145,81.
Por outro lado, nos supermercados apenas um corte avaliado pelo Deral teve alta no primeiro semestre do ano: a costela bovina, que subiu 1,8%. Todos os demais cortes estão com a cotação mais baixa no varejo, com destaque para a alcatra, o coxão mole e o mignon - com preços 8,8%, 8,7% e 7,3% menores.
Variação de preços: cortes de carne
Confira o preço dos principais cortes de carne e a variação de janeiro a maio no varejo, segundo a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento:
Acém (s/osso): R$ 5,93 (-4%)
Alcatra (s/osso): R$ 27,96 (-8.8%)
Contra-filé (c/osso): R$ 21,58 (-3,2%)
Costela (c/osso): R$ 14,82 (+1,8%)
Coxão mole: R$ 23,15 (-8,7%)
Mignon (s/osso): R$ 44,67 (-7,3%)
Carne moída 1ª: R$ 21,71 (-5,1%)
Carne moída 1ª: R$ 14,03 (-5,8%)
Paleta (c/osso): R$ 15,57 (-3,2%)
Patinho (s/osso): R$ 23,07(-1,8)
Peito (c/osso): R$ 12,96 (-3,8)
Preço da carne: motivos da queda
De acordo com estudo do Deral, os motivos para a baixa são vários: da maior produtividade à crise político-econômica do país. As delações da JBS e os efeitos da carne fraca trouxeram incertezas e falta de confiança ao mercado.
Além disso, “o menor poder de compra da população contribuiu para uma diminuição no consumo interno de carne bovina, desaquecendo este mercado e puxando para baixo as margens dos preços”, destaca relatório do Deral.
Outro fator para a redução de preços em abril e maio é o pico de safra do boi gordo. Neste período, os animais que passaram a primavera e verão engordando estão prontos para o abate, aumentando a oferta no mercado. Este ano, contudo, há um problema. “Muitos produtores estão optando por segurar seus animais no pasto à espera de uma recuperação nos preços da arroba”, informa o Deral.
Exportações de carne no Paraná
Também houve forte queda nas exportações de carne bovina do Paraná. No período de janeiro a abril de 2016, foram exportadas 12,5 mil toneladas, gerando receita de US$ 40,8 milhões. Neste ano, no mesmo período, foram 8,8 mil toneladas e US$ 33 milhões em valores. Isso representa exportações 30% menores e 18% menos receita gerada.
“Esta carne que permanece no mercado interno, somada a uma situação de redução no consumo interno, causa um cenário de grande oferta e redução de cotações”, destaca o Deral.
A expectativa do órgão, vinculado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento do estado, é que os pecuaristas não consigam segurar seus animais no pasto por muito tempo, devido às geadas que podem prejudicar as pastagens. Com isso, os preços podem cair ainda mais.
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