Produtores de laticínios cobriram de branco nesta segunda-feira (23) a entrada do Conselho Europeu em Bruxelas depois de espalhar quilos de leite em pó para exigir um mecanismo permanente de gestão da crise leiteira, constatou a AFP.
A ação, realizada por 60 manifestantes convocados pelo sindicato europeu European Milk Board (EMB), ocorreu durante uma reunião dos 28 ministros europeus de Agricultura no interior do edifício.
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Os produtores, procedentes, entre outros, de França, Alemanha e Lituânia, protestam contra a decisão da Comissão Europeia de colocar à venda progressivamente as reservas de leite em pó retiradas para tentar estabilizar os preços, no auge da crise de superprodução.
“O problema de base não foi solucionado”, explicou à AFP um dos manifestantes, Henri Lecloux, membro dos grupo de agricultores Via Campesina e MAP.
O executivo comunitário decidiu no fim de novembro colocar à venda mediante vários pacotes até 6% das 355 mil toneladas retiradas do mercado e acumuladas nos países do bloco há quase um ano, embora tenha advertido que não venderia a qualquer preço.
Desde então, Bruxelas rejeitou finalizar a venda destes pacotes quando o preço de compra estava “muito abaixo do preço de mercado”, explicou uma porta-voz da Comissão, para quem a venda de uma pequena parte das reservas obedecia a “sinais encorajadores de recuperação no mercado”.
Para Miguel Pacheco, do Via Campesina, o fato de terem sido vendidas apenas algumas dezenas de toneladas de leite em pó é um “sinal claro de que a crise não terminou”.
“Para muitos agricultores, a situação é, cada vez mais, uma questão de sobrevivência”, afirmou Sieta Van Keimpema, vice-presidente do EMB.
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