O Brasil atingiu mais de 90% da cota Hilton pela primeira vez em mais de dez anos, com o embarque de 9,2 mil toneladas de carne bovina entre junho de 2015 e junho deste ano, informou em nota a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
A cota Hilton estabelece um volume limite de exportação de cortes de alta qualidade, provenientes de alguns países credenciados, para a União Europeia (UE). No caso do Brasil, a cota é de 10 mil toneladas. Com as exportações no último ano, o País atingiu 92,9% do limite estabelecido pela UE ao Brasil na cota Hilton.
Segundo informações do diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio, o desempenho do Brasil vem melhorando porque a indústria começou, já há algum tempo, a organizar seu fornecimento para atender aos critérios da cota e, assim, aproveitar a vantagem concedida com a tarifa de importação.
O produto destinado à cota Hilton tem somente uma tarifa de 20% “ad valorem”, ou seja, 20% sobre o valor da mercadoria. A tarifa extra cota é de 12,8% mais 303,4 euros por 100 quilos de carne.
“Vale lembrar que a Hilton cria, além das barreiras sanitárias que já existem para a carne brasileira, barreiras técnicas como a exigência de alimentação exclusiva a pasto e identificação individual desde a desmama; nosso desempenho só aumentou porque vale a pena cumprir as exigências”, disse Sampaio, no comunicado.
O executivo avaliou, porém, que a definição da Hilton continua sendo prejudicial ao País e precisa ser atualizada. “A renegociação das exigências com as autoridades europeias continua sendo uma pauta da Abiec junto aos Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores”, afirmou Sampaio.
A cota Hilton é constituída de cortes especiais do quarto traseiro, de novilhos precoces, e seu preço no mercado internacional geralmente é mais alto do que a carne em geral. A cota anual total, de 65.250 toneladas, é fixa, e a ela somente têm acesso os países credenciados: Argentina, Austrália, Brasil, Uruguai, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá e Paraguai.
A Argentina tem uma cota de quase 50% do total, 28 mil toneladas. A Austrália é autorizada a vender 7.150 toneladas, os Estados Unidos e Canadá juntos, 11.500 t, a Nova Zelândia 1.300 t e o Uruguai, 6.300 t.
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