O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta sexta-feira (1°) que vai ampliar o número de plantas frigoríficas para a importação de carne brasileira. O anúncio foi feito em reunião bilateral com o presidente Michel Temer, na sede do governo chinês. Segundo ele, a China pretende aumentar a compra de produtos bovinos, suínos e avícolas ainda neste ano.
Ao todo, o Brasil apresentou à China uma lista de mais de 80 plantas frigoríficas que ainda não exportam para o mercado chinês, que é o principal importador da carne bovina brasileira.
Na reunião, Xi Jinping não detalhou, contudo, a dimensão da abertura comercial, mas o governo brasileiro espera que o valor exportado anualmente possa dobrar.
“O Brasil tem exportado em torno de R$ 17,5 bilhões de produtos para a China por ano, sendo que R$ 1,7 bilhão é de carne. A gente acha que com essa liberação pode até duplicar esse valor”, disse o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
O mercado de alimentos foi o principal tema da reunião entre os dois países. Em tom bem-humorado, o presidente chinês disse que gosta do produto nacional e que é “um garoto-propaganda” da carne brasileira.
“Eu faço publicidade da carne brasileira. Sempre digo que ela é uma das melhores do mundo. Como o grão do Brasil é bom, a carne é boa”, disse.
Em discurso, o presidente brasileiro ressaltou que o país tem superado a atual crise econômica e criando um ambiente seguro para que empresas chinesas realizem investimentos.
“O Brasil é um fornecedor seguro de alimentos e insumos”, destacou.
O peemedebista disse ainda que os dois países têm resistências a protecionismos comerciais, visões semelhantes sobre regras de controle e podem trabalhar em conjunto pela estabilidade do mundo.
Após o encontro, o presidente chinês ofereceu um jantar à comitiva brasileira. Durante a reunião, Temer entregou a Xi Jinping uma camiseta da seleção brasileira de futebol assinada por Pelé.
Ao todo, o governo brasileiro fechou entre acordos comerciais e memorandos de intenção iniciativas que totalizam US$ 9,9 bilhões.
Bloqueio
A cobertura da imprensa brasileira do encontro entre os dois presidentes foi limitada ao máximo pelo governo chinês.
Além de ter impedido os jornalistas de acompanhar uma cerimônia de homenagem aos heróis socialistas, a segurança chinesa não permitiu que a imprensa brasileira esperasse o encontro na entrada do Palácio do Povo.
Os jornalistas foram obrigados a esperar no carro oficial do Palácio do Itamaraty e, após insistência do governo brasileiro, foram levados a uma sala de imprensa improvisada.
A imprensa brasileira também não pôde acompanhar o jantar oferecido ao governo brasileiro.
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