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Fiscais encontram Salmonela em hambúrgueres de frigorífico do Paraná

A fiscalização dos 21 frigoríficos começou na planta da JBS na Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba. O ministro Blairo Maggi participou da visita. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
A fiscalização dos 21 frigoríficos começou na planta da JBS na Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba. O ministro Blairo Maggi participou da visita. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

O Ministério da Agricultura divulgou nesta quinta-feira (6) o balanço final da força-tarefa realizada em 21 frigoríficos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção revelado pela operação Carne Fraca. Nele, empresas pagavam propina a fiscais para poder comercializar produtos vencidos ou com aditivos proibidos pela legislação sanitária. Nas 21 plantas, foram recolhidas 302 amostras, sendo que 39 delas apresentaram problemas.

Fiscais do Ministério da Agricultura encontraram salmonela nos hambúrgueres produzidos pela Transmeat, que comercializa a marca Novilho Nobre. Também foram encontrados estafilococos na linguiça cozida da Frigosantos. Esses foram os riscos à saúde encontrados pelos fiscais nas auditorias realizadas nos 21 frigoríficos alvos da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, cujos resultados foram divulgados pelo secretário executivo da pasta, Eumar Novacki.

As linhas de produção desses produtos foram interditadas e a produção será descartada. Esses problemas foram encontrados em oito de um total de 302 amostras analisadas. O consumidor poderá identificar esses produtos pelo SIF impresso na embalagem: 4644 (Transmeat) e 2021 (Frigosantos).

O secretário explicou que não foram reportados problemas de saúde pelo consumo desses produtos, mas tanto a salmonela quanto os estafilococos podem causar vômito e diarreia. Ele disse que existem vários tipos de salmonela e a que foi encontrada não produz esses sintomas, mas o regulamento não permite a presença dessa bactéria em hambúrgueres.

Também foram encontradas fraudes de ordem econômica. Os embutidos produzidos pela Souza Ramos e pela Peccin continham ácido sórbico, um conservante proibido. Os lotes já foram recolhidos. Outra fraude detectada foi excesso de água no frango da BRF processado em Mineiros (GO), que está interditado desde o início da operação, e pela Frango DM.

O governo também iniciou os procedimentos para cancelar a inscrição no Serviço de Inspeção Federal (SIF) de dois frigoríficos da Peccin (SIFs 821 e 2155) e da Central de Carnes, SIF 3796.

Novacki destacou que a força-tarefa mostra que o sistema brasileiro de inspeção é confiável e que todas as providências necessárias para resolver o problema revelado pela operação Carne Fraca foram tomadas. Ele disse que irá comandar missões ao Irã, Egito e Argélia para apresentar resultados ao mercado consumidor de produtos brasileiros. Já o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, fará o mesmo na China, Hong Kong, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Europa. “Vamos demostrar a robustez do sistema e que o sistema brasileiro é confiável”, disse ele.

O secretário informou ainda que a pasta vai antecipar o calendário de auditorias em frigoríficos e fará inspeções em várias plantas de Pernambuco, Bahia, Tocantins, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Segundo ele, haverá um rodízio de posições técnicas de fiscalização nesses estados e não está descartada a troca de superintendentes. “Além disso, tudo o que for levantado pela equipe do Ministério da Agricultura será compartilhado com o Ministério Público Federal e com a Polícia Federal”, disse ele.

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