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O frigorífico, que empregava 130 pessoas, encerrou as atividades poucos dias após a deflagração da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. | Gazeta do Povo
O frigorífico, que empregava 130 pessoas, encerrou as atividades poucos dias após a deflagração da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.| Foto: Gazeta do Povo

Cerca de 60 funcionários demitidos após o fechamento do Frigorífico Souza Ramos, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, protestaram em uma assembleia realizada na tarde desta terça-feira (25), em frente à planta da unidade. Além dos trabalhadores, participaram do encontro o sindicato da categoria (Stimalcs) e representantes da empresa.

O frigorífico, que empregava 130 pessoas, encerrou as atividades poucos dias após a deflagração da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF), no dia 17 de março. A PF investigou irregularidades sanitárias em 23 empresas do Paraná e de Goiás, bem como o pagamento de propinas a fiscais agropecuários para que eles “afrouxassem” a fiscalização. No caso do Souza Ramos, a acusação foi de que houve substituição de carne de peru por frango nos produtos, o que, embora não cause danos à saúde, afeta o bolso do consumidor.

Os funcionários dizem que não receberam o salário referente ao mês de março, nem as verbas rescisórias e a baixa na carteira de trabalho para ter acesso ao seguro desemprego e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). “Eles entregaram a carteira pra gente, como se tivesse sido dada a baixa, mas procuramos o Ministério do Trabalho e não havia nada”, diz a funcionária Eliane Silva. “Estamos com contas atrasadas e ninguém dá satisfação”, acrescenta.

O diretor do Stimalcs, José Carlos Ribeiro, afirma que o sindicato tentou intermediar uma rescisão, mesmo sem as verbas por quebra de contrato num primeiro momento, para que os trabalhadores pudessem receber pelo menos o FGTS e seguro desemprego, mas, segundo ele, a proposta foi vetada pelo Ministério Público. “A recomendação foi de que nós movêssemos ação na Justiça do Trabalho e o juiz faria liberação do dinheiro em caráter emergencial”, explica. “Fizemos isso ontem, vai chegar à mão do juiz e a decisão deve sair em até dez dias.”

O que diz a empresa

Segundo a assessoria de imprensa do frigorífico Souza Ramos, a empresa reconhece que as verbas rescisórias não foram acertadas, mas alega que está dentro do prazo que se encerra no final deste mês, pois os trabalhadores estariam cumprindo “aviso prévio”. Sobre os salários do mês de março, o frigorífico afirma que houve o atraso, mas que todos os pagamentos foram feitos de forma integral.

O Stimalcs rebate dizendo que a maioria dos funcionários receberam apenas o adiantamento ou parte dele.

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