O ministro da agricultura Blairo Maggi garantiu que o interventor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na fiscalização agropecuária do Paraná será um nome técnico - e não político - e virá de fora do estado. A afirmação foi feita durante a coletiva de imprensa concedida por Maggi após a visita ao frigorífico da Seara/JBS na Lapa (Região Metropolitana de Curitiba), nesta terça-feira (21). A mesma medida será adotada em Goiás, que também foi alvo da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira (17).
De acordo com o ministro, os interventores serão anunciados em breve e a decisão seguirá apenas critérios técnicos . “Muitas vezes, as nomeações são realmente políticas, mas isso acontece por uma pressão natural, não para obter vantagens pessoais. Acontece por uma guerra de poder político. Para evitar influências de grupos, vou nomear alguém de fora”, salientou.
Sobre a visita
Maggi esteve nesta manhã na unidade da JBS na Lapa, que se dedica exclusivamente à produção de frango. Ele elogiou a qualidade da planta, que tem 1,8 mil funcionários e abate 190 mil animais por dia. O ministro disse, ainda, que essa foi uma oportunidade para mostrar à sociedade ,através da imprensa, a qualidade da carne brasileira em todos os processos, desde a entrega do frango até a industrialização. Mais de 70 jornalistas, de veículos nacionais e internacionais, acompanharam a agenda. “Fiquei contente com o resultado desta visita”, pontuou Maggi.
A planta da JBS foi uma entre as 21 investigadas pela Operação Carne Fraca, que apura denúncias de pagamento de propina a fiscais agropecuários para liberação de frigoríficos e mercadorias sem a devida inspeção. Ao todo, três frigoríficos foram interditados pelo Mapa e 33 servidores envolvidos no escândalo foram afastados.
A companhia negou qualquer irregularidade em relação à sanidade de seus produtos e informou em nota que “na unidade da Lapa (PR) houve uma medida judicial expedida contra um médico veterinário, funcionário da companhia, cedido ao Ministério da Agricultura”. Sobre a agenda desta terça-feira (21), a JBS não se pronunciou.
A respeito dos frigoríficos citados na operação, o ministro reforçou que eles serão fiscalizados por equipes do Mapa e um laudo deve sair em até três semanas. Enquanto isso, as plantas estão proibidas de exportar, mas podem vender carne no mercado nacional. “Isso não quer dizer que o que o brasileiro está consumindo não tenha qualidade”, afirmou Maggi, frisando que confia na carne brasileira. “No Brasil, nós somos a autoridade máxima em fiscalização , enquanto em outros países precisamos respeitar os trâmites deles”, acrescentou.
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