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Negócio sustentável

Mel de abelhas sem ferrão ganha mercado e vale ‘preço de ouro’

O meliponicultor Benedito Antônio Uczai, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), tem em sua propriedade centenas de caixas de abelhas sem ferrão de dez espécies diferentes. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo
O meliponicultor Benedito Antônio Uczai, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), tem em sua propriedade centenas de caixas de abelhas sem ferrão de dez espécies diferentes. (Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo)

As abelhas são fundamentais para a polinização das plantas e para o equilíbrio ambiental. A fama da ferroada dolorida, no entanto, costuma ser a coisa mais lembrada no que diz respeito a esse bichinho. Imagine então uma abelha que não tem ferrão, nativa das matas brasileiras, que cumpre o papel da polinização e ainda por cima produz um mel quatro vezes mais caro que o convencional? Esse “sonho”, para os que têm medo de abelhas, existe e produtores paranaenses perceberam todas essas qualidades. Agora, o que era praticamente um hobby no estado até um tempo atrás se transformou em um negócio, com potencial para crescer a passos largos nos próximos anos.

Em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, um grupo de produtores de mel de abelha sem ferrão tem feito sucesso com o produto. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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Em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, um grupo de produtores de mel de abelha sem ferrão tem feito sucesso com o produto.

As caixas são menores do que as de criações convencionais de abelhas e as colmeias precisam ficar no meio do mato. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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As caixas são menores do que as de criações convencionais de abelhas e as colmeias precisam ficar no meio do mato.

A espécie Mandaçaia é uma das cerca de 15 espécies catalogadas no Paraná que são viáveis de se extrair o mel para fins comerciais. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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A espécie Mandaçaia é uma das cerca de 15 espécies catalogadas no Paraná que são viáveis de se extrair o mel para fins comerciais.

Apesar da delicadeza dessas abelhas nativas, elas mantêm a vigilância em suas “tocas”. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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Apesar da delicadeza dessas abelhas nativas, elas mantêm a vigilância em suas “tocas”.

No meio é possível ver o ninho das abelhas, onde fica a rainha. Ela é quem dá origem a todos os membros da “família”. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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No meio é possível ver o ninho das abelhas, onde fica a rainha. Ela é quem dá origem a todos os membros da “família”.

O trabalho dessas pequenas operárias é constante. O fato de elas não terem ferrões facilita muito o manejo, que é feito, na maior parte dos casos, sem roupas especiais. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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O trabalho dessas pequenas operárias é constante. O fato de elas não terem ferrões facilita muito o manejo, que é feito, na maior parte dos casos, sem roupas especiais.

Nestes pequenos “copinhos” as abelhas depositam a produção de mel. A parte mais escura é o própolis, que também é fabricado pelas abelhas nativas. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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Nestes pequenos “copinhos” as abelhas depositam a produção de mel. A parte mais escura é o própolis, que também é fabricado pelas abelhas nativas.

As abelhas, de diferentes espécies, foram um verdadeiro condomínio em meio à mata. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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As abelhas, de diferentes espécies, foram um verdadeiro condomínio em meio à mata.

A disposição das caixas foi arquitetada neste caso para que uma saída de abelhas não interfira nas colmeias vizinhas. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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A disposição das caixas foi arquitetada neste caso para que uma saída de abelhas não interfira nas colmeias vizinhas.

Pelo charme da “arquitetura” desta casinha, as moradoras são exigentes. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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Pelo charme da “arquitetura” desta casinha, as moradoras são exigentes.

Algumas espécies de abelhas fazem de suas entradas para casa verdadeiros portais estilizados. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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Algumas espécies de abelhas fazem de suas entradas para casa verdadeiros portais estilizados.

As abelhas nativas, apesar de muito dóceis comparadas às abelhas com ferrão, estão sempre em alerta em relação a possíveis predadores. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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As abelhas nativas, apesar de muito dóceis comparadas às abelhas com ferrão, estão sempre em alerta em relação a possíveis predadores.

O resultado final da dedicação dos meliponicultores é um frasco repleto de um mel com sabor único. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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O resultado final da dedicação dos meliponicultores é um frasco repleto de um mel com sabor único.

A textura mais líquida e o sabor peculiar tem conquistado o paladar de quem experimenta o mel genuinamente brasileiro. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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A textura mais líquida e o sabor peculiar tem conquistado o paladar de quem experimenta o mel genuinamente brasileiro.

Benedito Antônio Uczai , meliponicultor de Mandirituba, mostra com orgulho um dos seus engenhos: uma colmeia de abelhas nativas dentro da casa de um João de Barro. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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Benedito Antônio Uczai , meliponicultor de Mandirituba, mostra com orgulho um dos seus engenhos: uma colmeia de abelhas nativas dentro da casa de um João de Barro.

O silêncio da natureza e as flores das plantas são os ingredientes essenciais para o sucesso da atividade. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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O silêncio da natureza e as flores das plantas são os ingredientes essenciais para o sucesso da atividade.

Por isso, criar abelhas nativas é, além de um negócio, uma forma de preservar o meio ambiente, seja por meio da polinização seja pela conservação ambiental necessária para obter sucesso na atividade. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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Por isso, criar abelhas nativas é, além de um negócio, uma forma de preservar o meio ambiente, seja por meio da polinização seja pela conservação ambiental necessária para obter sucesso na atividade.

Uma das atividades que demandam mais recursos na criação de abelhas nativas é a confecção de caixas, geralmente feitas de madeiras como Cedrinho, Eucalipto Vermelho, Pessegueiro, entre outras. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo

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Uma das atividades que demandam mais recursos na criação de abelhas nativas é a confecção de caixas, geralmente feitas de madeiras como Cedrinho, Eucalipto Vermelho, Pessegueiro, entre outras.

O primeiro aspecto que chama a atenção na produção de mel de abelhas sem ferrão é o preço. Enquanto o produto convencional “fabricado” pela abelha com ferrão custa R$ 30 o quilo, o mel das abelhas nativas sai por R$ 120 o quilo. Um dos motivos é que as abelhas sem ferrão, por serem menores em tamanho e/ou número de indivíduos por colmeia, produzem menos mel. Enquanto uma “família” com ferrão produz uma média entre 25 kg a 30 kg por ano, as sem ferrão (dependendo da espécie) chegam no máximo a 1,5 kg por ano.

Mas há outros elementos envolvidos e, por ser um mercado recente, não se sabe ao certo quanto pode valer esse “novo” mel na mão de chefs renomados e/ou no mercado internacional, por exemplo. É um produto fino, a ser apreciado em pequenas quantidades e uma textura mais líquida. Todos têm uma doçura singular, mas cada abelha tem suas peculiaridades, como acidez mais ou menos acentuada e toques florais diferentes a depender da época do ano e da espécie.

O meliponicultor Benedito Antônio Uczai, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), tem em menos de um alqueire centenas de caixas de abelhas sem ferrão de 10 espécies diferentes. Ele ainda divide sua rotina entre o cuidado com os animais e a produção de frutas, mas pretende, em breve, fazer da criação de abelhas nativas o seu negócio principal. “Antes, a venda da minha produção de mel de abelhas nativas era para conhecidos, no boca a boca, não tinha como colocar o produto em nenhum ponto. Agora, conseguimos a rotulagem e vamos poder entrar nos mercados, o que dá outra visibilidade ao nosso negócio”, diz.

O processo para conseguir esse rótulo levou anos de empenho dele e de outros produtores que se reuniram e formaram a Associação dos Meliponicultores de Mandirituba (Amamel). Foram inúmeras idas e vindas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para chegar a esse resultado. O que eles ainda não têm é a estrutura para o envase conforme as exigências do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Por isso, os produtores têm uma parceria com a empresa de mel convencional Napisul, de Agudos do Sul, na região metropolitana de Curitiba. Essa indústria é quem envaza para eles o mel de abelhas nativas.

O presidente da Amamel, Marcos Antônio Dalla Costa, conta que desde 2010 ocorre um trabalho de organização dos meliponicultores na região de Curitiba. Atualmente, no estado, a associação é referência para quem busca informações sobre a meliponicultura. No total, são cerca de 20 associados ativos, ou seja, que têm entre suas atividades agrícolas a venda de mel de abelhas nativas sem ferrão. “Nossa intenção é mostrar que essa é uma atividade econômica lucrativa que consegue aliar preservação ambiental com a geração de renda em uma prática com pilares na sustentabilidade”, enfatiza.

Serviço

Para mais informações sobre o mel de abelhas sem ferrão e/ou compras do produto, entre em contato pelo e-mail: uczai@hotmail.com

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