O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, avaliou nesta segunda-feira (1) que o acordo com os Estados Unidos para exportação da carne bovina “in natura” aumentará a venda do produto também para outros países do mundo, como Japão, Canadá e Coréia do Sul.
Em evento para a troca das cartas de equivalência entre Brasil e Estados Unidos, o ministro ressaltou que o acordo equipara o status sanitário dos dois países e lembrou que há nações que condicionam a compra da carne bovina a uma aprovação do mercado norte-americano.
“O status sanitário do Brasil é compatível ao dos Estados Unidos e há muito países que dizem que só aceitam a mercadoria se o Estados Unidos o fizerem. Ele abre a possibilidade demandarmos para outros países, ou seja, um caminho e uma avenida larga que estamos explorando”, disse. “Nós podemos pensar em negociar com Japão, Coréia e Canadá, que usam o padrão americano”, acrescentou.
O acordo foi fechado na quinta-feira (28) em Washington e põe fim a uma negociação que se arrastava desde 1999. A estimativa é que a o enlace gere um acréscimo de cerca de US$ 900 milhões na receita brasileira.
O ministro ressaltou que, pelo acordo firmado, o Brasil exportará inicialmente uma cota de 60 mil toneladas de carne “in natura” sem taxas. A expectativa é que ela seja atingida no início do ano que vem. Posteriormente, a exportação terá uma taxação de 26%.
O prazo inicial estipulado pelo governo interino para a adaptação às novas regras é de 90 dias, mas o ministro acredita que ele poderá ser encurtado.
Com ele, o mercado americano passa a aceitar a entrada de carne brasileira de regiões onde o gado é vacinado contra a febre aftosa. Até agora, eles só aceitavam carne de Santa Catarina, que hoje é livre da doença.
Como o acordo é recíproco, o Brasil passa a aceitar a carne dos Estados Unidos, apesar das ocorrências da doença da vaca louca em território norte-americano em anos recentes. Órgãos especializados dos dois países fizeram inspeções para liberação de frigoríficos.
Em discurso, o ministro ressaltou ainda que a meta do Ministério da Agricultura é elevar de 7% para 10% nos próximos cinco anos a participação do agronegócio brasileiro no mercado mundial. Ele também ressaltou que, nos próximos dias, irá revisar até 300 medidas burocráticas para tornar a gestão da pasta mais eficiente.
Em entrevista à imprensa, ele detalhou que elas incluirão o fim de duplicidades na legislação e a revisão de instruções normativas, como a desburocratização de defensivos agrícolas.
Ele citou como exemplos a diminuição de restrições para a entrada de sementes no país e a agilização do processo de aprovação de rótulos.