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| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Os produtores estão plantando a segunda safra de milho 2015/16 e as indicações do mercado e da meteorologia revelam uma oportunidade de bom negócio. O balanço de oferta e demanda da safra brasileira 2014/15, ano comercial 2015, indica um estoque de passagem muito baixo, entre 3,5 a 4,5 milhões de toneladas. A estimativa considera uma produção entre 85 a 88 milhões de toneladas, um consumo interno de 56 a 58 milhões de toneladas e a exportação de 34,5 milhões de toneladas. Do estoque citado, 1,5 milhão de toneladas pertencem a Companhia Nacional de Abastecimento.

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Para a safra 2015/16 e ano comercial 2016, a produção estimada pelas fontes oficiais e privadas oscila entre 82,5 e 90 milhões de toneladas, das quais entre 56 a 60 milhões na segunda safra. Considerando o consumo entre 57 e 59 milhões de toneladas e a exportação de 30 milhões de toneladas, teríamos um pequeno acréscimo no estoque final, que ainda assim continuaria muito baixo.

A previsão de clima para a segunda safra indica a continuidade das precipitações no centro-sul durante todo o primeiro semestre e possibilidade de seca no norte do Mato Grosso. É baixa a probabilidade da ocorrência de geadas cedo. Ou seja, é baixo risco de quebra da produção no Paraná, no Mato Grosso do Sul, no sul do Mato Grosso e em Goiás.

Na Argentina, a estimativa de produção de 25,6 milhões de toneladas na safra 2015/16 tem alta probabilidade de não se concretizar, devido a ocorrência de 15 dias de seca e elevadas temperaturas. Situação que não deve mudar. A previsão de continuidade destas condições nas próximas duas semanas.

Nos EUA, o maior produtor do cereal, as baixas cotações internacionais do milho e da soja em relação aos custos de produção indicam a não ocorrência de mudança significativa para mais na área plantada na safra 2016/17, cujo plantio inicia em abril. As condições de clima serão muito favoráveis para o estabelecimento e o desenvolvimento inicial das plantações. Mas é alta a probabilidade da ocorrência de seca a partir do final de junho, gerando a possibilidade de produção igual ou inferior àquela verificada na safra 2015/16, de 345,5 milhões de toneladas. Tal fato resultaria em impacto positivo sobre a cotação internacional do cereal, mantidas as condições da demanda, exatamente no período em que os produtores brasileiros colherão a segunda safra.

O balanço de oferta e demanda mundial 2015/16 indica que a cotação internacional do milho oscilará, no primeiro semestre deste ano, entre US$ 3,3 a US$ 4/bushel no mercado americano, podendo chegar a US$ 4,5. A média da cotação de janeiro, de U$ 3,66/bushel é 7,5% inferior àquela vigente em janeiro de 2015. A taxa de câmbio no Brasil, no entanto, tem alta probabilidade de permanecer acima de R$ 4, novamente gerando impacto positivo sobre as exportações, como já vem ocorrendo desde o segundo semestre de 2015.

Considerando a cotação internacional e a taxa de câmbio prevista, os preços em reais da saca de milho ao produtor paranaense e brasileiro permanecerão acima do custo operacional e também da paridade de exportação até a entrada da primeira safra no mercado, em fevereiro, e após, na paridade de exportação. No Paraná, o custo operacional calculado está entre R$ 22 a R$ 23/saca. O preço médio recebido pelo produtor em janeiro variou entre R$ 26,2 a R$ 32,6/saca. No Porto de Paranaguá, em janeiro, o preço oscilou entre R$ 36 e R$ 44/saca. Com a entrada da safra no mercado os preços ficarão um pouco abaixo dos máximos valores citados para janeiro, mas na paridade de exportação, e acima do custo operacional.

Se a previsão é de lucro, a conclusão é lógica: plante o máximo de milho que as condições de clima e da propriedade viabilizarem, porque o mercado garantirá.

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