Dezenas de imigrantes ilegais, muitos ainda com capacetes e jalecos de trabalho, foram presos pela Polícia de Imigração dos Estados Unidos nesta terça-feira (20) em frente ao frigorífico Fresh Mark, no norte do estado de Ohio.
Foi uma das maiores operações contra imigrantes realizadas até agora pela administração do presidente Trump. A Agência de Imigração e Aduanas (ICE) informou que 146 pessoas foram presas após investigação de um ano contra a Fresh Mark, frigorífico que já chegou a ser apontado pelo governo como “parceiro” no programa de combate à imigração ilegal. Os agentes disseram que a empresa deliberadamente contratou estrangeiros sem documentos, enquanto outros apresentavam documentação fraudada, pertencente a cidadãos americanos.
“A oferta de emprego informal é um dos principais motivos que fazem imigrantes ilegais atravessarem nossas fronteiras”, disse Steve Francis, agente responsável pelas investigações. “As empresas que deliberadamente acolhem e contratam imigrantes ilegais, como estratégia de negócio, serão responsabilizadas por suas ações”, acrescentou.
Líderes de igrejas locais disseram que as prisões espalharam “medo e consternação” entre as famílias dos imigrantes. “Um pai disse: ‘é como se tivessem arrancado meu coração’. A esposa dele foi levada, e eles têm dois filhos de menos de dois anos”, contou a irmã Rene Weeks, diretora do ministério em espanhol da St. Paul Church na cidade de Salem, Ohio.
A Polícia de Imigração tem intensificado as ações especiais nos últimos meses. Duas semanas atrás 114 trabalhadores de uma empresa de jardinagem e paisagismo foram detidas em dois endereços de Ohio; antes, em abril, os policiais prenderam 97 imigrantes numa processadora de carne do Tennessee. Em janeiro, dezenas de lojas 7-Eleven também sofreram batidas, em todo o País, resultando na prisão de 21 pessoas.
Em nota, a ICE informou que os detidos ficarão reclusos em unidades prisionais de Michigan e Ohio, enquanto aguarda o processo de deportação.
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