| Foto: HUGO HARADA/HUGO HARADA

Durante mais de três horas, 42 chefes das unidades descentralizadas da Embrapa se reuniram com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, e o presidente da estatal, Maurício Lopes, para discutir estrategicamente os rumos da empresa para o futuro. “A Embrapa que nos trouxe até aqui não será a mesma que nos levará ao futuro”, observou o ministro no início da reunião.

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A empresa de pesquisa agropecuária do governo federal estuda forma de continuar ativa e relevante no campo da pesquisa ante as severas restrições orçamentárias que vem enfrentando. O secretário executivo do Mapa e presidente do Conselho Administrativo da Embrapa, Eumar Novacki, disse ser necessária criatividade para resolver problemas sem recursos.

Ele disse ainda que mudanças estão sendo discutidas com muita tranquilidade e racionalidade. O Ministério da Agricultura, no entanto, não divulgou informações detalhadas sobre como seriam essas mudanças e em quais áreas ou processo. Algumas propostas estão sendo analisadas, como a junção de atividades meio em unidades diferentes da estatal que funcionam na mesma região. “O que está sendo discutido é algo que vai nos levar a avanços e trazer melhoria para a instituição. A Embrapa é importantíssima para o Brasil e o nosso desafio agora é saber como vamos avançar”, disse Novacki.

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Blairo Maggi reconheceu a importância da empresa para a agropecuária do país nos últimos 40 anos e destacou o reconhecimento das pesquisas no exterior. No entanto, alertou para a necessidade de que sejam implementadas mudanças estruturais que façam com que a Embrapa volte a ser uma empresa de ponta contribuindo com pesquisa e inovação para o crescimento do agronegócio brasileiro.

“Mudanças estruturais exigem que façamos atividades diferentes daquelas que nós temos. Infelizmente, no momento atual, temos o agravante de que o governo não dispõe de recursos para investir em pesquisa e inovação. Essa falta de dinheiro faz com que a gente reflita e procure pensar um pouco diferente daquilo que a gente tem pensado até agora. Daí, a necessidade de pensarmos o futuro da Embrapa estrategicamente, ” disse Maggi.

Nova modelagem

Maurício Lopes lembrou que recebeu comandos do ministro para que a Embrapa entrasse rapidamente em processo de modelagem necessário para que a instituição se mantenha na vanguarda das pesquisas agropecuárias. Ele disse que vem seguindo à risca orientações recebidas para ajustar a empresa a mudanças que estão ocorrendo no Brasil e no mundo.

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“Ao longo de dois anos temos nos dedicado ao processo de ajuste em curso. Teremos uma empresa preparada e madura. Procuramos aprimorar a gestão”, afirmou Lopes, lembrando que a Embrapa se dedica a um negócio (pesquisa) que não apresenta resultados a curto prazo, e, sim em anos, e que isso necessita de constância de propósitos para que projetos não sejam interrompidos. Lopes, por sua vez, deixará o comando da Embrapa em outubro.

Para Blairo Maggi é importante para o governo ter uma empresa como a Embrapa, mas lamentou que o orçamento destinado a pesquisas tenham diminuído com a crise econômica enfrentada pelo país. “Dentro do pouco orçamento e de pouca expectativa, a gente tem que desenhar alguma coisa e estabelecer como ser mais produtivo e efetivo”, concluiu.