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Os SUVs compactos que se cuidem: em breve, a Hyundai vai invadir essa praia. A partir do ano que vem, a marca sul-coreana começará a fabricar em Piracicaba (SP), o ix25 — utilitário que tem muito em comum com o HB20.

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Vendido com o nome Creta em outros países (como Argentina e Chile), o ix25 será a principal estrela da Hyundai no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro. Embora o fabricante não confirme, as vendas devem começar no início de 2017, com preços estimados entre R$ 70 mil e R$ 85 mil.

Produzido atualmente na Índia, na China e na Rússia, o ix25 é um produto global da marca, que quer ter modelos em todas as categorias do mercado, mas sem escorregar na qualidade.

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Não falta ambição: mesmo com rivais Ford EcoSport e o Renault Duster, o promissor Nissan Kicks, além das versões mais simples de Jeep Renegade e Honda HR-V, a Hyundai almeja que seu novo modelo seja o utilitário esportivo mais vendido no Brasil.

 

Base do HB20, porte do HR-V

A plataforma do ix25 é, basicamente, uma versão esticada da usada pelo HB20. Também há parentesco mecânico com o Kia Soul e o Hyundai i20 (hatch vendido na Europa). Com tração dianteira, o utilitário tem suspensão McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. Sua direção oferece assistência elétrica.

São 2,59 metros de entre-eixos (9 cm a mais que o HB20) e 4,27 m de ponta a ponta, o que deixa o ix25 entre o Renegade e o HR-V, que têm 4,24 m e 4,29 m de comprimento, respectivamente.

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A reportagem teve a oportunidade de dirigir o veículo no Chile, que só está disponível o motor 1.6 16V a gasolina, com 121 cv, associado a transmissões de seis marchas, manual e automática — esta, com possibilidade de trocas sequenciais no seletor do câmbio. No Brasil, o motor 1.6 será flex de até 128cv (o mesmo dos HB20).

O consumo é baixo para um utilitário. Em estradas de asfalto e de terra, fizemos a média de 12,5 km/l (com gasolina chilena, sem etanol).

 

Elegante

À primeira vista, o Hyundai ix25 parece uma versão reduzida do novo ix35. Chamam atenção a enorme grade hexagonal e os grandes faróis com led na porção inferior. O desenho não inventa muito, mas impressiona por combinar elegância e agressividade.

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Por dentro, a percepção de qualidade se destaca. Os materiais são bons, especialmente nas áreas de toque, e os encaixes das peças são bem feitos. O desenho do painel é simples, mas com bom uso de texturas para criar um ambiente jovial e com sensação de requinte.

A coluna de direção da versão vendida no Chile só traz ajuste em altura. O banco do motorista, confortável, é bem elevado. É simples encontrar a posição ideal. Já o assento traseiro não é tão macio, algo que pode ser incômodo em viagens longas.

A parte de trás tem bom espaço para as pernas, mas não é das maiores em altura e largura. Três adultos altos se sentirão apertados. Com volume declarado de 402 litros, o porta-malas tem boca rebaixada para facilitar o carregamento.

Sem controle de estabilidade

 

Em ação, o novo ix25 agrada pelo esmero. A cabine tem bom isolamento acústico, eliminando muito dos barulhos de motor e pneus. O ruído aerodinâmico, porém, faz-se notar em altas velocidades. Não se percebem vibrações na (bem calibrada) direção ou na alavanca do câmbio.

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Talvez por ser fabricado na Índia e na China, onde as estradas são piores do que as chilenas, o ix25 satisfaz com suspensões muito bem acertadas. Dirigimos o carro em alta velocidade por estradas de terra com muitos buracos, e os amortecedores responderam de maneira suave, sem maltratar os ocupantes.

No asfalto, há equilíbrio. Apesar da rolagem de carroceria típica dos utilitários compactos, o Hyundai demonstra firmeza em curvas e continua muito controlável mesmo em frenagens de emergência.

Uma pena que, assim como ocorre com seus irmãos HB20, o ix25 fique devendo controles de tração e estabilidade — itens presentes em seus rivais diretos.

O motor 1.6 desaponta nas acelerações, pois tanto torque como potência surgem em rotações mais elevadas. Pudera: com 1.260 kg, o ix25 é 190 kg mais pesado do que um HB20 1.6.

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No plano, depois que embala, movimenta o Hyundai com alguma competência. O câmbio automático faz trocas suavemente.

Desde a versão de entrada, há faróis de neblina e Isofix. No Chile (que importa o ix25 da Índia), o pacote de série inclui trio elétrico, volante multifuncional, câmera de ré, chave presencial e botão de partida. O ar-condicionado é digital e tem saídas de ventilação para o banco traseiro, algo não encontrado em seus rivais no Brasil.

O futuro utilitário nacional está longe de ser exuberante. Ainda assim, reúne qualidades que o tornam um forte concorrente num segmento em guerra. Dado o status que a Hyundai ganhou no Brasil com o Tucson e o ix35, os concorrentes terão que ficar espertos.