O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) aprovou nesta quarta-feira (16) a obrigatoriedade do controle de estabilidade para carros novos a partir de 2020. A resolução será publicada no Diário Oficial e aplicada em duas fases.
A primeira começa a valer em 2020 e exigirá o ESP ou ESC (sigla em inglês usada para identificar o dispositivo eletrônico de segurança) em todos os veículos novos ou reestilizados (leia-se os homologados a partir da data da resolução). A segunda etapa começará em 2022, quando o componente passa ser obrigatório em todos os modelos produzidos, mesmo os lançados antes da lei entrar em vigor.
A Anfavea, associação que reúne as montadoras, emitiu uma nota dizendo que “concorda com os prazos estabelecidos pelo Contran para a implantação gradativa do controle de estabilidade nos veículos leves produzidos no Brasil. Este período é necessário para que as engenharias dos fabricantes possam adequar os projetos de veículos para receber o sistema”.
Com o prazo estabelecido pela órgão governamental, que sai derrotado é o Latin NCAP, responsável desde 2010 pelos testes de colisão e segurança veicular em modelos vendidos na América do Sul e Caribe. No início desta semana, a entidade, juntamente com a Proteste, organismo que representa os consumidores, enviaram um ofício para o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) pedindo que o controle eletrônico de estabilidade se tornasse obrigatório até 2017.
O Latin NCAP, inclusive, travava um queda de braço com a indústria automobilística, representada pela Associação de Engenharia Automotiva (AEA), que afirma ser necessário entre 5 e 7 anos para que o sistema equipe todos os veículos no país.
A partir do ano que vem, o Latin NCAP exigirá que veículo tenha o controle de estabilidade para obter nota máxima (5 estrelas) em programa de avaliação.
O que é
O controle eletrônico de estabilidade é um sistema de segurança que atua diretamente na rotação do motor ou nos freios visando o controle do veículo e evitando que ele saia de sua trajetória original.
Na prática, se o motorista entra em uma curva com velocidade muito alta, o sistema detecta a perda de aderência dos pneus e aciona várias vezes os freios, de maneira quase imperceptível, para que o carro consiga contornar a curva.
O mesmo serve para pisos com baixa aderência. Ao menor sinal de que o carro irá derrapar, o ESC pode reduzir a rotação do motor e frear as rodas que estão perdendo contato com o solo.
Atualmente, o carro mais em conta com controle de estabilidade é o Ford Ka 1.0 SEL, que custa R$ 47.590. Mas esse item começa mesmo a aparecer em carros na faixa dos R$ 70 mil, como Jeep Renegade, que traz ESP desde a versão de entrada, que parte de R$ 71.900. O item de segurança está presente em apenas 5% a 10% dos veículos vendidos no país.
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