Apesar de dispensarem a troca obrigatória das marchas, as caixas automática e automatizada possuem diferenças na hora da condução. Enquanto que na primeira dirige-se o tempo todo com o pé no acelerador, ocorrendo as trocas de velocidades sem sobressaltos, na robotizada existe um dispositivo (formado por dois ‘robôs’ ou atuadores) que realiza a mudança para o motorista.
É por isso que a rotação do motor cai de repente e surge o tranco ou ‘soluço’. Uma maneira de amenizar o incômodo é deixar de pressionar o acelerador ao perceber que o carro pedirá uma nova marcha - isso ocorre entre 2,5 mil a 3 mil rotações. Nos automatizados com dupla embreagem, esse expediente não é necessário, pois a mudança é instantânea, suave e sem interrupção das marchas.
Quanto ao consumo, o veículo automático tinha um imagem negativa, principalmente na época dos motores carburados. Hoje, a evolução dos mecanismos, aliado à presença da injeção eletrônica, tratou de reduzir sensivelmente o gasto comparado à transmissão mecânica. Com algum cuidado, é possível obter números bem próximos.
Para o engenheiro mecânico César Cruz, tudo dependerá da forma de dirigir do motorista. “Se ao arrancar ele costuma pisar mais no acelerador, a consequência será um maior consumo. Neste caso é importante aliviar as acelerações e deixar o motor evoluir automaticamente”, explica.
O Hyundai HB20 1.6, por exemplo, roda 7,7 km/l no câmbio manual e 7,0 km/l no automático, abastecido com etanol. Já o Volkswagen up! 1.0 mecânico faz 9,1 km/l e o automatizado (i-Motion) 9,0 km/l, também no ambiente urbano e com combustível vegetal.
A introdução do câmbio CVT deixou o consumo ainda mais eficiente. “É possível obter infinitas relações de marcha, alcançando melhor eficiência do motor na rotação de torque máximo e economia de combustível em todas as velocidades”, explica o engenheiro. O Honda Fit 1.5 cumpre 11,6 km/l na transmissão manual e 12,3 km/l no CVT, circulando pela cidade e abastecido com gasolina.
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