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Funcionário da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) ao lado da unidade derradeira da van | Fotos: Divulgação
Funcionário da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) ao lado da unidade derradeira da van| Foto: Fotos: Divulgação

Apesar do esforço do Ministério da Fazenda de abrir uma exceção para Kombi, o que gerou muita expectativa entre os fãs da perua ao longo da última semana, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) jogou um balde da água fria e decidiu que a Kombi não será uma exceção à regra de que todos os veículos novos vendidos no país, a partir de 2014, deverão ter airbags e freios ABS. O anúncio foi feito pelo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.

É o fim da novela que na semana passada causou desconforto entre aqueles que adquiriram uma das 1.200 unidades da Kombi Last Edition, lançada em setembro pela Volkswagen para marcar o fim da fabricação. E que ao mesmo tempo gerou um último suspiro de esperança para os fãs da perua.

O presidente do Clube da Kombi de Curitiba, Dorival Piccoli Junior, cruzou os dedos na expectativa de que a produção não fosse encerrada. "A Kombi é um carro essencial e versátil. Não existe nada igual, principalmente quando falamos em custo-benefício", diz.

Memória: Conheça alguns dos momentos mais importantes da história da Kombosa, um dos muitos apelidos que a van recebeu ao longo dos anos.

A Volkswagen diz que ainda não foi informada oficialmente de que não haverá exceção para a Kombi e que, caso ocorresse alguma alteração na legislação, ainda avaliaria a possibilidade de continuidade de produção. A aposentadoria da Velha Senhora, como o utilitário também é chamado foi anunciada oficialmente pela marca em agosto deste ano e a última unidade saiu da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) na sexta-feira passada (20).

Novela

A possibilidade de abrir uma exceção à regra foi levantada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na terça-feira (17). O ministro alegou que na linha de produção da Kombi é onde poderia haver mais demissões.

O governo chegou a estudar exigir os itens de segurança em apenas em 80% dos carros novos do país, e não 100%, no ano que vem, para reduzir impacto nos preços e na perda de emprego de linhas que poderão ser extintas. Além da Kombi, Fiat Mille e Volkswagen Gol Geração 4 estão nesta situação.

Cálculos preliminares do setor automotivo indicam que poderia haver cerca de 4 mil demissões somente por conta do fechamento da linha de produção da Kombi, mas o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou, segundo dados citados pelo ministro Guido Mantega, que seriam de 10 a 20 mil tralhadores demitidos ao todo.

O presidente da As­so­­ciação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, confirmou na última terça que houve um apelo do ministro da Fazenda para que as empresas realoquem seus empregados das linhas que serão fechadas. Contudo, ele não se comprometeu com a manutenção do emprego no setor.

O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, disse que em países que já adotam airbags e freios ABS houve uma redução de cerca de 30 mil mortes por ano nos acidentes de trânsito. "Seria um retrocesso do ponto de vista da segurança das pessoas e de tudo o que está sendo feito pelo governo para reduzir as vítimas no trânsito", afirmou.

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