Desafios
Situações de risco são constantes
Viajar, de carro ou de moto, nem sempre é só alegria. Em alguns casos, os viajantes se deparam com apuros mecânicos, falta de gasolina, de comida e até mesmo assaltos ou situações de risco de morte. Paulo Rollo já passou por situações perigosas. "Fui interceptado por guerrilheiros na Nicarágua, preso por muçulmanos extremistas na Líbia e quase devorado por leões na Tanzânia", relembra.
Família sobrevive de viagens pela América do Sul
A família Guadagnin, de Curitiba, pode ser considerada como um bom exemplo de empresa familiar. Além de ganhar dinheiro juntos, Rogério, Sílvia, Gian e Andressa, pais e filhos, também curtem a vida em grupo. A família, dona da Nômade Expedições, realiza passeios de veículos off-road pelo Brasil e América do Sul. As expedições são sempre concorridas e atraem vários grupos.
Ganhar dinheiro de forma prazerosa. Esse parece ser o lema de algumas pessoas que conseguiram unir o útil ao agradável: viver na estrada e lucrar com isso. Se o sonho é de muitos, a realidade é para poucos. "Não é tão fácil quanto parece. Se fosse simples, teríamos milhares de pessoas por aí viajando pelo mundo. O segredo, no meu caso, foi aplicar perseverança total", explica o jornalista Paulo Rollo, um dos pioneiros em viagens profissionais.
Rollo, que também é fotógrafo e escritor, acumula mais de 1,5 milhão de quilômetros rodados por estradas de 71 países. Seu trabalho? Avaliar carros e escrever diários de bordo e reportagens para diversas empresas e publicações. "Comecei profissionalmente em 1985, viajando de moto pela Europa, sem patrocínios. Teorizei que aquela aventura poderia abrir portas para novas, caso eu emplacasse publicações sobre ela. Dito e feito! Como não havia ninguém fazendo isso na época, consegui espaços enormes em revistas importantes", conta.
Hoje, Rollo realiza, em média, uma grande viagem por ano. Metade dela fica em casa, em Florianópolis, planejando novos rumos. Mas nem tudo são flores. Correr atrás de apoio é a pior parte de seu serviço. "Obter patrocínios é o ponto mais próximo do inferno que conheço. É dificílimo", revela.
O segredo para que os projetos saiam do papel e se tornem viáveis e rentáveis, segundo Rollo, é manter a mão e o bolso fechados. Apesar de obter verba para, por exemplo, hospedagens e alimentação de alto padrão, Rollo prefere economizar e não dar espaço para o luxo. "A fórmula que sempre apliquei foi a da austeridade. Sempre procuro optar por hotéis baratos e por comer em restaurantes simples". Rollo tenta guardar dinheiro até a próxima viagem, mas em algumas ocasiões os projetos demoram a sair do papel e o sacrifício é maior.
Outro aventureiro profissional é Daio Hoffman. Nascido em Curitiba, o fotógrafo realiza e registra passeios de motocicletas nos Estados Unidos. "Sou contratado para fotografar e registrar a viagem de grupos de amigos. Geralmente alguém com quem viajei me indica para outros grupos e assim vou ampliando meu trabalho", diz. Hoffman é procurado não só pelas ótimas imagens que consegue captar, mas também pela sua experiência em mototurismo nos EUA, onde morou por algum tempo. "Acho que o fato de falar bem o inglês e ter enfrentado desafios fora do país, me ajudam a ter uma vantagem sobre aqueles que gostariam de fazer o que faço e não podem", justifica o viajante profissional, especializado em roteiros de motocicletas nos EUA, pela costa do Atlântico e pela costa do Pacífico.
Diferentemente de Rollo, o dinheiro ganho nas viagens não é o suficiente para bancar a vida de Hoffman, mas é bem produtivo. "Além do que me pagam, ainda consigo fazer um dinheiro extra com os subprodutos da viagem que comercializo. Também tenho trabalhos em Curitiba que gosto de fazer e que me rendem um bom dinheiro", diz.
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